por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



quinta-feira, 7 de maio de 2015

E a criatividade, por onde anda? - Por Carlos Eduardo Esmeraldo

Tenho o costume de entrar no carro e ligar imediatamente o rádio. E o que ouço? Músicas antigas dos decênios de 1950, 1960, 1970 e até 1980 regravadas por outros cantores que passam a anos luz de distância do autores originais. Roberto Carlos é a principal vitima dos aproveitadores. Possui o maior número de seguidores que nada tendo para criar, usam a criatividade alheia. Até o cearense Belchior com seus "galos, noites e quintais" já teve suas belas músicas regravadas por outros cantores que preferem a comodidade de "nada criar e tudo aproveitar", seguindo a máxima do grande sábio Lavoisier.*
 
Tenho feito solitárias observações com a certeza de não serem elas frutos de alucinações. Acontece que nos dias atuais, eu vejo em tudo uma grande falta de criatividade. Na arte, na música, na cultura, na economia e na política.
   
Se abro um jornal de qualquer cidade, vejo cópias fieis dos grandes jornais do Rio e São Paulo repetindo a mesma cantilena de mais de meio século atrás. O medo do comunismo "ateu e comedor de criancinhas" está timidamente sendo ressuscitado por alguns desavisados. Voltaram as passeatas nas ruas, nos moldes da desnecessária e inócua "Marcha da Família com Deus pela Liberdade" e há até aqueles que na falta de algo mais original, clamam por uma imediata intervenção militar. Insensatos! Jamais souberam o que é a vida debaixo do tacão de uma ditadura.
  
Os jovens que viveram nos 21 anos da última ditadura não puderam exercer e desenvolver seu pensamento político. Foram reprimidos e muitos deles exilados, quando não vítimas de cruel tortura e até morte.
 
Saibam que foi desse meio que surgiram nossos políticos atuais. Copiadores das idéias reinantes na época do IBAD, da "Aliança para o Progresso" e submissos aos interesses da grande nação do norte. Daí a grande dificuldade de entenderem a democracia e respeitar a escolha da maioria. Provavelmente o ódio reinante de parte a parte seja a principal crise que é cantada e decantada em prosas, versos e reversos. 
 
Agora o perigo é muito maior. O jogo dos interesses está mais forte, com o aumento das grandes reservas energéticas do nosso país, principalmente o petróleo sob nosso mar continental. Se não acordaram ainda, pensem na razão do grande bombardeio para condenar a Petrobrás, quando o montante ali desviado pela corrupção é bem inferior à perda de impostos pela Receita Federal dos recursos clandestinamente enviados para a Suissa via HSBC por destacados políticos, ricaços e alguns atores globais. 
 
No Brasil, nossa imprensa está a serviço dos seus donos, que são capitalistas, cujo amor à pátria já jogaram na lata do lixo desde quando amealharam o primeiro tostão. E isso sim, é a criatividade que alimenta a lucratividade deles. O resto que "exploda", como bem dizia o genial Chico Anísio na pele do locutor "Roberval Taylor".    


Por Carlos Eduardo Esmeraldo


*Antoine de Lavoisier *1743; +1794: ("Na Natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma.")

2 comentários:

socorro moreira disse...

Carlos, gosto de ler você!
Abs pra vc e Magali.

Carlos Eduardo Esmeraldo disse...

Prezada Socorro

Que alegria saber dessas suas palavras. Magali e eu estamos preparando um livro de memórias e outro de Reflexões, escrito a quatro mãos, a ser lançado até outubro. Já temos cerca de 80% escrito Esperamos contar com pelo menos uma leitora certa.
Abraços.