E aquela história da falta de água em São Paulo? A chuva é o
de menos. Água virou bem de consumo. Quem tem grana pode desperdiçar a jusante
e quem lucra com o negócio o faz a montante. Como a vazão a jusante é grande e o
acúmulo de lucro a montante também o é. Temos a seca paulista.
Eu sei. Não és abestado. Água e dinheiro apenas se
relacionam como negócio. Como um bem de consumo. O resto, água é sede e sede é
vida. Sem água não acontecerá a micção do poema do amanhecer.
Acontece que privatizaram a água. Tem doutor juiz fechando
as torneiras do “consumidor” por não ter pago a conta. E o cara mora na cidade.
Onde a única água que corre é das chuvas eventuais, na quitinete não tem caixa
acumuladora e não existe nem uma poça para se servir.
Já existem multinacionais da água privatizada e como todo
espírito capitalista forma conglomerados. Assim como as “irmãs-do-petróleo” existem
as “seis-irmãs-hidrocontroladoras”: Suez, Veolia, Thames, American Water,
Bechtel e Dow Chimical (citado por Sérgio Augusto no Sul 21).
Não por acaso a SABESP, a fornecedora de água para São
Paulo, privatizada, tem ações na Bolsa de Valores de Nova York. O governador
eleito por grande maioria de votos já enviou uma nota, a depender do Conselho
da empresa, para que ela ofereça bônus aos paulistas que passarem mais sede.
Quando menos água consumir, maior o desconto na conta.
Aliás uma política de uso racional da água é sempre
necessária. Não agora que as pessoas estão passando sede. E para não sofrerem
mais terminam indo ao “mercado-negro” para comprar o que necessita.
Além do bônus, Geraldo precisa fazer um balanço Geral na
política de água de São Paulo. Precisa apresentar planos para o futuro. Depois
de 18 anos de PSDB em São Paulo e do Geraldo ter cumprido 8 anos. Em dois
mandatos diferentes e agora vai para 12 anos.
Sim a oposição federal quer alternância de poder.
Mas vamos a um exemplo. Na cidade de Paraipaba, no litoral
do Ceará, em razão da abundância da irrigação se desenvolveu um projeto de
agronegócio de cana e outro de implantação de pequenas propriedades para criação
de algumas reses e produção agrícola.
O governo afrouxou o projeto e os pequenos foram vendendo suas
terras para “empresários” do coco. Resultado, a produção de coco de Paraipaba
está numa crise danada com estas estiagens e secas que nos atingem. Vender coco
na praia é vender água. A água que um dia irrigou a plantação dele.
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