por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



segunda-feira, 7 de outubro de 2013

"Marina" - José Nilton Mariano Saraiva

Diferençar o que comportaria, na opinião de Marina Silva, os conceitos de “partido” e “rede”, é tarefa um tanto quanto inglória. Fato é que, comboiada pelos quase 20 milhões de votos que obteve quando da última eleição presidencial (e talvez até mesmo para marcar posição ou guardar distância dos “políticos tradicionais”), quando se dispôs a agregar seus correligionários num mesmo espaço, de pronto Marina Silva afirmou não se tratar de um “partido”, mas, sim, uma “rede”. Daí o surgimento da expressão “Rede Sustentabilidade” para batizar (e tentar fundar) o seu bloco político.

Para formalização de tal desiderato, bastava que dentre os 20 milhões de eleitores sufragantes do seu nome em todo o país, meros 450 mil (ou 2,25%) assinassem um simplório documento a fim de ser apresentado ao Tribunal Superior Eleitoral. Feito isso, pronto, a Rede Sustentabilidade se acharia habilitada a nos mostrar na prática a tal “diferença” entre ela e os partidos tradicionais, tão alardeada na teoria.

E aí, a oceânica decepção: apesar da elasticidade do prazo, Marina Silva e seguidores não conseguiram atingir o quorum necessário dentro do tempo estipulado, daí o aborto de uma gestação que se lhes apresentava teoricamente fácil e tranqüila. E com um agravante: já nos estertores do prazo final, no afã de viabilizar a qualquer custo a tal “rede”, milhares de assinaturas foram comprovadamente fraudadas e, por via de conseqüência, rejeitadas pelo TSE. É que a ética houvera mandado lembranças.

Daí Marina Silva ter enfrentado uma autentica “sinuca de bico”: pra conseguir se habilitar como candidata a qualquer cargo, no próximo ano, literalmente se viu obrigada a abdicar dos seus princípios morais, ao sentar no colo de um político que usa e abusa do jogo de conveniências e pragmatismo, o pernambucano Eduardo Campos, presumivelmente candidato à Presidência da República, pelo PSB. Este, matreiro e perspicaz, claramente visando o “caminhão” de votos que teoricamente Marina Silva representa, conseguiu cooptá-la até com certa facilidade, ao oferecer-lhe a posição de vice na chapa majoritária.

Perguntas que se impõem: já que não conseguiu nem as 450 mil assinaturas necessárias à fundação da sua “Rede Sustentabilidade”, será que Marina Silva é realmente dona dos 20 milhões de votos que lhe foram destinados na eleição pretérita, ou tudo não passou de fogo em palha ??? Se realmente se considera “diferente” dos políticos tradicionais, não teria sido uma tremenda incoerência da parte de Marina Silva abdicar da sua “rede” (e tudo o que ela representaria) ao filiar-se ao PSB, um mero “partido”, comandado e abrigo do supra-sumo da conveniência e do jogo desleal ??? Onde foram parar a ética e os princípios morais, tão difundidos por Marina Silva ???


Particularmente, entendemos que a estupenda votação obtida por Marina Silva na eleição passada dificilmente se repetirá, principalmente agora, após sua desastrada opção por se aliar ao que antes reprovara com tanta veemência. 

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