O Lula é o culpado de
tudo com o “bolsa esmola” e o “segura vagabundo”. A confirmação me chegou por
e-mail hoje. Em Aquiraz a presença de caraminguás no bolso dos pescadores em
razão daquelas doações do Lula melhorou os negócios no cabaré de Dona Tarcília
Bezerra. É o business: o jeito foi ampliar as instalações para correr mais
freguesia e os apurados das noitadas.
Acontece que uma
congregação da Igreja Universal do Reino de Deus juntou-se em orações e exorcismações
a varar o silêncio do bairro popular. Apagar da face da terra o cabaré de Dona
Tarcília. Eis o vaticínio daqueles fieis de olhos esbugalhados, da saliva gasta
e das cordas vocais em últimos decibéis.
Acontece com toda obra.
Um dia ela acaba e fica pronta para receber a freguesia ampliada. A nova
iluminação, suspeito que até por comando digital, estava pronta a estimular
todos os tipos de desejos carnais. As colunas de Sodoma a Gomorra estavam a
postos para espalhar o sêmen do pecado nas horas escuras das noites.
E foi aí que os céus se
manifestaram e numa disenteria de espantar a moça do tempo, abriu ventanias
arrasadoras e trovoadas ensurdecedoras. E foi quando do centro de um cumulus
nimbus mais pleno de águas saiu um raio fatal que destruiu toda a fiação e
abriu um incêndio que incinerou o telhado e outros recursos da reforma de Dona Tarcília.
Aí a congregação entrou
em delírio de fé. A força de Deus se manifestara bem no alvo do pecado. Nunca
se viu tamanha comemoração como naquele dia em que todos viram ao vivo e a
cores a manifestação plena de Deus. E não só a prova de sua manifestação mas a
prova de que Deus atendia às suas orações e aos seus reclamos.
Ora, Dona Tarcília não
é besta e abriu um processo contra o pastor, a igreja e toda a congregação com o
seguinte fundamento legal: eles teriam sido os responsáveis pelo fim do seu prédio
e do seu negócio, utilizando-se da intervenção divina direta ou indireta e das
ações ou meio.
O Juiz manda ouvir os
acusados e estes negam toda e qualquer responsabilidade ou qualquer ligação com
o fim do negócio de Dona Tarcília.
E foi ai que na
primeira audiência entre acusados e acusadores o Juiz se manifesta: eu não sei
como vou decidir neste caso, mas uma coisa está patente nos autos do processo.
Temos
aqui uma proprietária de um cabaré que firmemente acredita no poder das orações
e uma igreja inteira declarando que as orações não valem nada.
2 comentários:
Tão bom ler você!
pois é... o juiz não sabe o que decidir, né? vamos sugerir à dona Tarcília mandar a conta para Edir Macedo. (risos)
Ótima história essa, Zé do Vale.
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