Texto
de Susan Andrews.
Você
se lembra daquela linda história do livro “O Pequeno Príncipe”? Bom, existe uma
história mais tocante ainda que aconteceu de fato com o criador do Pequeno
Príncipe, o escritor francês Antoine de Saint-Exupéry. Poucas pessoas sabem que
ele lutou na Guerra Civil Espanhola e, certa vez, foi capturado pelo inimigo e
levado ao cárcere para ser executado no dia seguinte.
Nervoso,
ele procurou em sua bolsa um cigarro, e achou um, mas suas mãos estavam
tremendo tanto que ele não podia nem mesmo levá-lo à boca. Procurou fósforos,
mas não tinha porque os soldados haviam tirado todos os fósforos de sua bolsa.
Ele olhou, então, para o carcereiro e disse: “Por favor, usted tiene fósforo?”.
O carcereiro olhou para ele e chegou perto para acender seu cigarro. Naquela
fração de segundo, seus olhos se encontraram e Saint-Exupéry sorriu.
Depois
ele disse que não sabia por que sorriu, mas pode ser que quando se chega perto
de outro ser humano seja difícil não sorrir. Naquele instante, uma chama pulou
no espaço entre o coração dos dois homens e gerou um sorriso no rosto do
carcereiro também. Ele acendeu o cigarro de Saint-Exupéry e ficou perto, olhando
diretamente em seus olhos, e continuou sorrindo. Saint-Exupéry também continuou
sorrindo para ele, vendo-o agora como pessoa, e não como carcereiro.
Parece
que o carcereiro também começou a olhar Saint-Exupéry como pessoa, porque lhe
perguntou: “Você tem filhos?”. “Sim”, Saint-Exupéry respondeu, e tirou da bolsa
fotos de seus filhos. O carcereiro mostrou fotos de seus filhos também e contou
todos os seus planos e esperanças para o futuro deles. Os olhos de
Saint-Exupéry se encheram de lágrimas quando disse que não tinha mais planos,
porque ele jamais os veria de novo. Os olhos do carcereiro se encheram de
lágrimas também. E, de repente, sem nenhuma palavra, ele abriu a cela e guiou
Saint-Exupéry para fora do cárcere, através das sinuosas ruas, para fora da
cidade, e o libertou. Sem nenhuma palavra, o carcereiro deu meia volta e
retornou por onde veio.
Mais
tarde, Saint-Exupéry disse: “Minha vida foi salva por um sorriso do coração”.
O
que foi aquela “chama” que pulou entre o coração desses dois homens? Isso tem
sido tema de intensa pesquisa atualmente, na medida em que os cientistas estão
se dando conta de que o coração não é meramente uma bomba mecânica, mas um
sofisticado sistema para receber e processar informações. De fato, o coração envia mais mensagens ao cérebro que o cérebro envia
ao coração! Como disse o filósofo francês Blaise Pascal: “O coração tem
razões que a própria razão desconhece”.
Estados
emocionais negativos, como raiva ou frustração, geram ondas eletromagnéticas
totalmente caóticas do coração, como se estivéssemos pisando no acelerador e no
breque simultaneamente. Esse estado de batimentos desordenados é chamado de
“incoerência cardíaca” e está ligado à doenças cardíacas, envelhecimento
precoce, câncer e morte prematura.
Em
estados de amor ou gratidão, nosso batimento cardíaco torna-se “coerente”. Isso
diminui a secreção dos hormônios do estresse, reduz a depressão, hipertensão e
insônia, melhora o sistema imune e aumenta a clareza mental. Essa é uma das
razões pelas quais tem sido provado que as emoções positivas estão associadas à
boa saúde física e mental – e à longevidade. Essa irradiação coerente do
coração – essa “chama” de genuína afeição – pode afetar pessoas a uma distância
de até 5 metros!
Logo,
na próxima vez em que você estiver numa situação difícil, respire
profundamente, lembre-se de Saint-Exupéry e do Pequeno Príncipe, e irradie a
energia de seu coração. Como o Pequeno Príncipe nos lembrou, “somente com o
coração podemos ver com clareza”!
By
Susan Andrews.
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