por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



terça-feira, 4 de dezembro de 2012

PANCADARIA NO PT E NO LULA - José do Vale Pinheiro Feitosa


Não sei em que medida os leitores do Blog interessaram-se pelo caso do Wikileaks vis-à-vis o vazamento das informações dadas pelo recruta do exército Norte-Americano Bradley Manning. O coordenador Assange do Wikileaks encontra-se exilado na embaixada do Equador perseguido pela Justiça Inglesa (numa ligação com um mandato da Justiça Sueca a serviço dos EUA) e o recruta Manning sofre tortura numa prisão militar. Manning pode pegar prisão perpétua e existem promotores que querem a pena de morte.

Por que chamo a atenção dos leitores para o assunto? O assunto é o mais expresso manifesto da discussão sobre imprensa livre e liberdade de comunicação. Como é moda nos MBA da vida é um verdadeiro “case” sobre a célebre contradição no cerne do assunto de uma liberdade a serviço de grandes corporações de mercado, normalmente de tendência monopolista, que se move por interesses econômicos os mais variados e que faz um jogo simultâneo de vassalagem e acusação aos poderes públicos e aos mandos privados.

Quando, por exemplo, o ruge-ruge do filho de Fernando Henrique Cardoso com uma jornalista da Globo, por isso mesmo enviada para a Espanha, borbulhou no azedume moralista do país, o mal estar de um lado e o dedo acusatório do outro, não era a liberdade de imprensa que estava em questão apenas. Ali era a expressão da contradição das empresas de comunicação com a liberdade de informação: a mesma omissão da época é protagonismo de mídia na Rosemary do Lula por agora.

Essa questão se encontra no debate Inglês, em torno de um jornalismo “bandido” que invadiu a vida privada de pessoas para gerar sensacionalismo e forjar vendas comerciais. Isso resultou num relatório em que a questão da regulação (ou auto regulação) se mostra como necessária à defesa das pessoas e instituições ameaçadas por empresas a serviço de lucros. Mas é claro que a questão não é apenas essa: pois ainda assim persistiriam as declarações seletivas, as omissões propositais, as manipulações de partes da mensagem e assim por diante. Além de que a contradição entre empresas prisioneiras do lucro, do enriquecimento de sócios e donos, e a liberdade de informação sempre existirá. Sempre que os lucros forem ameaçados, a informação se torna uma ficção a favor de interesses privados e não mais públicos como é a natureza da informação nos termos em que tratamos aqui.

Na Argentina o caso do Grupo Clarin, virado potência durante a ditadura Militar, do mesmo modo que a Globo, é um exemplo claro da questão liberdade pública e interesse privado. A possibilidade é real, nos casos citados anteriormente, de governos ou grupos partidários, ou grupos lobistas ou que mais formas existam de organização, inclusive criminosas como Carlinhos Cachoeira, que venham usar a contradição entre liberdade de informação e grupo empresarial. Mas isso é parte da contradição entre lucro privado e liberdade pública e isso é uma das grandes questões das democracias burguesas.

Uma coisa é líquida e certa: o monopólio empresarial e a acumulação de renda é um grande problema para a democracia e para as liberdades sociais. É necessária uma luta política permanente para dissolver monopólios, oligopólios e acúmulos de riquezas até como forma de superarmos as contradições do momento histórico que inclui a grande e luminar crise atual do capitalismo.    

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