Geraldo Ananias Pinheiro Tudo
é real e recente. O pessoal da Escola Santa Tereza (de Altaneira-CE)
foi até Taboquinha e gravou, recentemente, todas as cenas (in loco) do
curta. Casa de minha vozinha, essa aí em cima (onde minha mãe nasceu e
viveu até se casar); o pé de juazeiro (eu costuma brincar e, mais tarde,
namorar debaixo da sombra dele); o acude (hoje seco). Como pode ver nas
fotos e no filme, tudo está seco e triste, menos o pé de Juazeiro, que
continua verde, forte e firme, porém sem graça. Ninguém já não o visita
mais, nem mesmo avião perdido. Ele ficou só, desencantado no meio do
sertão tórrido, esperando a nossa volta. Está calado, pensativo, sem
entender nada do que aconteceu. Todo mundo foi embora. Muitos morreram.
Talvez seja por isso que ele não balança mais seus galhos, suas folhas
ao vento, como fazia antes. Até Luiz Gonzaga, o rei do Baião, que o
alegrava com seus cantos (a inesquecível canção juazeiro) morreu. Restou
só a saudade, que é, no dizer do poeta, o amor que fica." Agora, meu
amigo, restam lembranças. Assim, para amenizar um pouco a saudade que
sinto no peito e na alma, fico a cantar: "Juazeiro, juazeiro, me arresponda por
favor; juazeiro, velho amigo, onde anda meu amor. Ai, Juazeiro, ela
nunca mais voltou; aí, juazeiro, como dói a minha dor..."
Nenhum comentário:
Postar um comentário