por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



segunda-feira, 11 de junho de 2012

Julgamento do Mensalão - Um Ato Político - José do Vale Pinheiro Feitosa


Ausente um pouco do mundo virtual, ontem me deparei com a marcação do julgamento do Mensalão pelo STF com data para o início de Agosto. No mesmo ato as forças oposicionistas formadas pelas Organizações Globo, Revista Veja, Folha de São Paulo e Estado de São Paulo, secundadas por PSDB, DEM e PPS comemoraram o fato. Enquanto isso o PT e inclusive José Dirceu manifestaram repúdio à marcação do julgamento para esta data.

As manifestações, especialmente vindas do PT, levaram o decano do STF Ministro Marco Aurélio Mello, a declarar a isenção do julgamento e a imunidade do mesmo às pressões vindas de fora. Ao fazer suas declarações ele responde simultaneamente à oposição: reconhece que a mídia oposicionista pressiona e tem interesse no julgamento e condenação dos réus e que o PT teme os efeitos eleitorais do julgamento, especialmente se a condenação recair sobre José Dirceu.

Em síntese mesmo as declarações do Ministro tentando mostrar isenção do STF tem o dom político de por o PT em situação constrangedora. A condenação ou não de algumas personalidades do PT e especialmente do Dirceu, às vésperas das eleições municipais, com toda a mídia oposicionista batendo o tambor terá efeitos negativos na disputa eleitoral.

Se houver condenação se eviscera o PT e somente ele, pois é líquido e certo que nenhum salto qualitativa advirá deste ato como a condenação dos Caixas 2 Eleitorais que se universalizaram em toda a República, desde as eleições de Vereadores até Senadores e de Prefeito a Presidente.  Igualmente se não houver condenação haverá uma grita para mobilizar o espectro moralista e seletivo de figuras à direita do campo político.

Agora fica claro todo o destempero do Ministro Oposicionista do STF, Gilmar Mendes, como instrumento da Mídia, igualmente oposicionista, no sentido de pressionar o Supremo a criar a peça eleitoral e política. A peça eleitoral que dará musculatura à uma oposição apenas com a mão na maçaneta de escândalos e sem qualquer crítica alternativa aos governos do PT.

A radicalização oposicionista, articulada e com uma frente de comando, não resulta em construção de alguma coisa, mas tão somente no embate destrutivo. É natural que o PT e as forças situacionistas também radicalizem suas posições levando as eleições municipais a ter um caráter mais nacional do que precise. A verdade é que a manobra para criar a peça eleitoral também deixa o STF em situação muito crítica, bem diferente seria, por exemplo, se o julgamento fosse a partir de novembro deste ano.

Portanto não se espere uma dinâmica julgadora de justiça, mas um ato político muito diferente das declarações do Ministro Mello: nem isento, nem imune  a pressões e nem justo. O julgamento estará no braço armado de uma das forças em luta eleitoral: ou a oposição ou a situação. Na verdade em qualquer circunstância o julgamento agora, independente do resultado, será bom para oposição. 

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