Por mais paradoxal que se nos apresente, a grande notícia gestada no meio esportivo local foi a ascensão do senhor Robinson de Castro, Diretor de Futebol do Ceará Sporting, ao cargo de “presidente”... dos “Democratas” (uma agremiação política). Figuras ilustres de Fortaleza se fizeram presentes à solenidade e entre paparicos e mimos mil, o novo presidente deitou falação sobre seus projetos para alavancar a hoje esquálida agremiação partidária.
O que isso tem a ver com o futebol propriamente dito e com o desempenho da equipe do Ceará Sporting Clube nos gramados, onde hoje ocupa a rabeira da competição e com tendência a despencar para a série C, no final do ano ??? SÓ TUDO !!!
Veja só, por que. Após uma administração elogiável em seu primeiro mandato, quando conseguiu fazer um belo trabalho de saneamento das finanças do clube, reestruturação administrativa e montagem de um time de futebol competitivo (que conseguiu ascender à primeira divisão do futebol nacional), o senhor Evandro Leitão (picado pela “mosca azul”) usou da “RAZÃO” para, em se valendo da “PAIXÃO” devotada pela torcida ao clube, ingressar na malcheirosa, mas muito rentável arena política; e embora não haja sido eleito Deputado, conseguiu que lembrassem do seu nome, da sua eficiência à frente do Ceará Sporting Clube, para virar “SECRETÁRIO DE ESTADO” (um cargo político).
EXPEDITO, mais à frente não aceitou “largar o osso” e, como candidato único, reeleito para a presidência do Ceará não teve o menor constrangimento em deixar um pouco de lado a seara esportiva e dedicar-se “full time” à atividade política. E para que o barco não ficasse inteiramente à deriva e suas segundas intenções expostas (o poder, com tudo o que ele representa), delegou ao neófito amigo-irmão Robinson de Castro a tarefa de gerenciá-lo e guiá-lo através de águas revoltas, a partir de então. Mas, como o “olho do dono é que engorda o boi”, começou aí a via-crúcis, verdadeira metamorfose, já que o “espírito da casa de mãe Joana” instalou-se definitivamente em Porangabussu.
Nem a volta tão almejada pela torcida do técnico PC Gusmão, o desmonte e posterior formação de um novo (e sofrível) time e a conquista do Estadual 2012, se apresentaram suficientes pra mascarar uma verdade cristalina, irretorquível: faltava comando, voz ativa, murro na mesa, cobrança rigorosa dos deveres e direitos de atletas regiamente remunerados e recebendo religiosamente em dia (ATÉ QUANDO ???).
Hoje (e é triste constatar), seguindo o exemplo do “ausente” presidente Evandro Leitão (agora mais que nunca preocupado com a viabilização da sua candidatura a Deputado Estadual, embora correndo o risco de perder parte dos votos da torcida do Ceará em razão da campanha medíocre do time), o senhor Robinson de Castro também migra para a arena política à procura de novos horizontes, vôos mais altos (na condição de presidente dos “Democratas”), deixando atrás de si um vácuo que, se não for preenchido a tempo, aponta numa só direção, verdadeira catástrofe: o rebaixamento do clube para a terceira divisão.
Alguém duvida ??? (a propósito, por qual razão a mídia esportiva local evita tratar desse tema - o valer-se da paixão do futebol para ingressar na política ???).
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