Decompondo/roubando o estado
– por José Almino Pinheiro
No
livro “Decompondo/roubando o estado”, publicado pela Euromedia Group, k.s. -
Universum em 2012, da professora tcheca Dra. Vladimíra Dvorakova, catedrática
da cadeira de Politologia da Faculdade de Relações Exteriores, em Praga,
encontrei o seguinte:
Nossa democracia é semelhante à famosa “Aldeia
de Potemkim” aparentemente parece normal, mas é apenas realidade virtual, uma
caricatura de democracia; temos a Constituição, mas cada um a interpreta como
quer, simplesmente ninguém a lê nem se guia por ela, temos partidos políticos,
mas estes não cumprem os preceitos básicos de um partido político, temos as coalizões,
mas seus comportamentos não são possíveis de análise pela teoria das coalizões,
temos representantes no Parlamento, mas esses não sabem o que estão votando,
temos procuradores combatendo a corrupção, mas a maioria dos casos não são
investigados, temos representantes do estado e juízes, mas os tribunais não
conseguem decidir quais deles pertencem à máfia da justiça e quais não
pertencem. E agora?
Grigori Alexandrovich Potemkin (1739–1791) príncipe russo, foi marechal,
ministro e amante da Imperatriz Catarina II, a Grande. O Príncipe Potemkin,
preocupado com o que a Imperatriz Catarina II e seus reais convidados da Europa
ocidental iriam ver nas margens do rio Dnieper quando navegassem a bordo do
iate real, resolveu “maquiar” as casas, praças etc., no percurso da viagem para
esconder a miséria e a pobreza da população. A Czarina e seus convidados iriam avistar de
longe, de seu luxuoso barco, as aldeias limpas, as casas perfeitamente pintadas,
praças arrumadas e pessoas sorrindo e acenando para o cortejo real. Com a farsa,
o Príncipe Potemkim, que além das obrigações de cama com a imperatriz era
também responsável pela ordem interna e progresso do império, queria mostrar aos
ilustres convidados como o reinado da Czarina era justo, cheio de glória e bem
sucedido. De forma que a idéia de “Aldeia de Potemkin” significa falsidade. É a arte do faz de conta.
(A informação
sobre o Príncipe Potemkin e suas aldeias foram extraídas da Wikipedia).
Um comentário:
Por que será essa dificuldade tão grande de identificação com as instituições, leis e papéis na democracia? Pelo jeito não é só ao sul do Equador que esta miopia acontece. Meu palpite é que enquanto a democracia for formal, apenas, e não vivenciada, é difícil para cada um agir como cidadão, respeitando o bem comum. Como chegar lá...? Esse trabalho formiguinha do blog de vocês parece bem legal nesse caminho!
Saudações a tod@s!
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