Andei pelos caminhos da política. Na planície em que as partes de afastam.
E ela dizia: poesia.
No contraste entre o vale e as montanhas. E ela publicava um poema.
Quando eu dizia disputa, ela versejava.
Se falasse em vitória, ela rimava.
E quando disse movimento, ela colhia uma flor de maracujá peroba.
No alto da Chapada do Araripe.
Daí, nesta manhã, o encontro na rua Jardim Botânico:
Nossos olhares separados,
Na esquina de cada lado,
Com mel todo esparramado,
O dela no outro perfumado.
Meu olhar descobriu,
O dela, num lance, seduziu.
Enquanto o sinal nos separava,
Meu olhar ao dela se juntava,
Em simbiose digestiva,
O meu intrusivo,
O dela eruptivo.
O verde moveu os olhares,
O meu? Farol de milha!
O dela, véu em oração.
Passou de pálpebras abaixadas,
Toda exposição de corpo nu,
Assim como sempre fazem,
Na distância nos laçam,
Perto, trêmulas se acalmam,
Por meu olhar em ebulição,
O dela, guia da liturgia da fusão.
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