Os teus sonhos são meus
pois todas as noites
sou eu que rego
desde cedinho
teu dia
fico à cabeceira
cantando aos teus ouvidos
entrançando meus dedos
aos teus cachos
e ao teu limiar suspiro
conheço o princípio
da felicidade
pois sou eu quem cuida
desde nosso primeiro encontro
das coisas simples da tua vida -
trocar lâmpadas,
descer a escada com o lixo
e aos sábados comprar pão.
O que seria de mim
sem a tua presença
decerto um louco
um mendigo
um falastrão
mas graças ao meu bom pai e meu deus
tu existes todos os dias de manhã
quando dou mais vida
às tuas plantinhas
até planto outras flores [escondido]
e te faço aquela surpresa
logo que o perfume
chega ao teu nariz.
O que seria da tua varanda
sem o dom das minhas mãos.
Então nunca esqueças
que os teus sonhos
são meus
desde quando teu paizinho e tua mainha
brincavam na primavera e te concebiam.
Não aceito distância.
Não aceito morte.
Jamais aceitarei viver sozinho
e dormir tarde distante do teu corpo.
O teu corpo é meu
e tu sabes que sou capaz
de enfrentar todos os brutamontes
do ufc e todas as gangues de skinhead.
O que seria de mim sem as tuas unhas e o teu esmalte
certamente um eremita de olhos vermelhos e distraído.
Então já sabes,
não fujas dos meus versos
pois cada sílada que acorda
gosta e adora
quando estás por perto
rindo ou caladinha
mas bem perto
onde possam meus cílios
tocar tua alma e fazer cócegas.
Não aceito outro encanto.
Não aceito outra vida.
Se um dia partires
parto em seguida
meu coração
em mil
tiras.
Junto tudo na mesa
e deixo para que vejam.
Para que vejam
como brilha
meu amor
ou minha
loucura.
pois todas as noites
sou eu que rego
desde cedinho
teu dia
fico à cabeceira
cantando aos teus ouvidos
entrançando meus dedos
aos teus cachos
e ao teu limiar suspiro
conheço o princípio
da felicidade
pois sou eu quem cuida
desde nosso primeiro encontro
das coisas simples da tua vida -
trocar lâmpadas,
descer a escada com o lixo
e aos sábados comprar pão.
O que seria de mim
sem a tua presença
decerto um louco
um mendigo
um falastrão
mas graças ao meu bom pai e meu deus
tu existes todos os dias de manhã
quando dou mais vida
às tuas plantinhas
até planto outras flores [escondido]
e te faço aquela surpresa
logo que o perfume
chega ao teu nariz.
O que seria da tua varanda
sem o dom das minhas mãos.
Então nunca esqueças
que os teus sonhos
são meus
desde quando teu paizinho e tua mainha
brincavam na primavera e te concebiam.
Não aceito distância.
Não aceito morte.
Jamais aceitarei viver sozinho
e dormir tarde distante do teu corpo.
O teu corpo é meu
e tu sabes que sou capaz
de enfrentar todos os brutamontes
do ufc e todas as gangues de skinhead.
O que seria de mim sem as tuas unhas e o teu esmalte
certamente um eremita de olhos vermelhos e distraído.
Então já sabes,
não fujas dos meus versos
pois cada sílada que acorda
gosta e adora
quando estás por perto
rindo ou caladinha
mas bem perto
onde possam meus cílios
tocar tua alma e fazer cócegas.
Não aceito outro encanto.
Não aceito outra vida.
Se um dia partires
parto em seguida
meu coração
em mil
tiras.
Junto tudo na mesa
e deixo para que vejam.
Para que vejam
como brilha
meu amor
ou minha
loucura.
2 comentários:
Outro dia alguém num blog da região comentou sobre uma certa autoreferência no artista. Algo narcísico sem entendi bem o comentário. Não concordei com a opinião, embora não tenha manifestado a discordância. Os poemas desta safra do Sávio tem sido uma constante fala do seu ego, da sua individualidade e não tem uma essência narcísica como bem demonstra este poema. Quem se compreende no outro não se mira no espelho, examina o contrário de si e a este contrário serve.
Poema de Sávio é sempre esperado, e sempre surpreende !
Abs, poeta !
Postar um comentário