por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



sábado, 29 de outubro de 2011

“Padim” forte – José Nilton Mariano Saraiva

Qualquer estrangeiro encrencado com a Justiça do país de origem (ou mesmo de uma outra nação qualquer) e que queira se estabelecer no Brasil sem perigo de ser deportado ou expulso, dispõe de um atalho seguro, magnânimo, fácil e de uma eficiência a toda prova: gerar filhos aqui na terrinha.
Procurado e acusado pela Interpol (espécie de polícia internacional) sob a acusação de tráfico de drogas, extorsão, agiotagem, contrabando, prostituição e jogo ilegal (só isso), e tendo contra si um mandato de prisão emitido nos Estados Unidos, o mafioso israelense Yoram El Al (38 anos) foi preso no Rio de Janeiro em 2006 (sem visto de permanência), do que se valeu o governo americano para solicitar sua extradição.
Esperto, antenado, certamente que podre de rico e assessorado por um desses advogados conhecedores dos meandros das nossas caducas e frouxas leis, um ano após a prisão Yoram El Al apelou para o inusitado: solicitou uma autorização ao Supremo Tribunal Federal para que fosse recolhido seu sêmen na cadeia, a fim de ser usado numa inseminação artificial na companheira, impossibilitada de engravidar pelas vias normais.
Xeque-mate.
Sensibilizado e por demais comovido, o ministro Joaquim Barbosa houve por bem atender ao “coitado” do preso, sem antes salientar em seu despacho, que “...a coleta do líquido seminal do extraditando deve ser feita na própria carceragem, que, de acordo com o próprio peticionário, possui ambiente favorável à coleta, e observadas as devidas cautelas policiais”. Efetuado o procedimento, bingo: nasceram gêmeos.
Resultado de todo esse périplo ??? Mais tarde, Yoram El Al recorreu ao Ministério da Justiça, conseguiu o “visto de permanência” para ele e a companheira e certamente daqui não mais arribarão pé.
Agora, aqui só pra nós: se fosse um “liso” qualquer, um descamisado da vida, um zé-ninguém, será que o ministro-padrinho Joaquim Barbosa iria se preocupar em mandar recolher seu esperma, a fim de que gerasse filhos brasileiros e se livrasse da extradição ??? A troco de quê tudo isso foi feito ???
È por essa (e outras, também cabeludas) que o nosso Poder Judiciário a cada dia mergulha fundo em um mar de incredibilidade. Mas... será que os seus ministros estão preocupados com isso ???

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