por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



sábado, 13 de agosto de 2011

NAS MOENDAS DAS PARLENDAS - por Ulisses Germano



I

Encontrei um bobo
Na casca do ovo
Se ele sobreviver
Vai nascer de novo

II
Tá tristonho?
Inventa um sonho
Tá infeliz?
Limpa o nariz

III
Quem planta segredos
Só colhe silêncio
A sina do medo
Matou seu Fulgêncio

IV

Menina atriz
Que mente tão bem
Advinha e desdiz
Na vida também

V

Um, dois, deixemos para depois
Três, quatro, façamos um  trato
Cinco, seis, agora é tua vez
Sete, oito, sejamos afoito
Nove, dez, devolva meus pés

VII

Tive caspa na careca
No nariz criei meleca
A menina nunca peca
Quando brinca de boneca
VIII
O hipopopopopótamo
Hipipipinotizou
O dia ficou monótono
Quando o gagago falou
XIX
Mato a sede, mato a fome
Quem de mágua não chorou?
Vê se some e nunca tome
Na água que magoou

 X

Ela nunca está errada
Tem domínio de mulher
Mas por dentro tá atada
Sem saber mais o que quer

XI
Veja quanta porcaria
Deletei de uma só vez
Quem seguir em romaria
Encontrará o marquês

XII

As parlendas são besteiras
Sem sentido aparente
Vão comendo pelas beiras
Contando a vida da gente

XIII
Digo folcloricamente
Travando a língua, só mente
Quem esquece furtivamente
Que um dia já foi semente

Ulisses Germano