Quem não lembra da sórdida e abjeta campanha da qual ela foi vítima às vésperas da última eleição presidencial ??? Como esquecer a profusão de afagos e “carinhosos” rótulos com os quais foi “distinguida” antes e ao longo do penoso processo sucessório: terrorista, mulher-macho, bandida, sapatão, homossexual, inexperiente, guerrilheira, pau mandado, lésbica, poste e por aí vai.
Movidos pelo sectarismo e intolerância, seus abusados detratores chegaram a vaticinar que, elegendo-a, o Brasil estaria abdicando do futuro, cavando a própria sepultura, rumando de encontro ao caos, assinando o próprio atestado de óbito (daí a necessidade de sangrá-la à exaustão e enterrá-la... preferencialmente viva).
E, no entanto, de nada adiantou tão intensa e infame campanha difamatória, já que a maioria da população brasileira houve por bem referendá-la nas urnas, dar-lhe um voto de confiança, sufragá-la sem medo, certamente que agradecida e confiante na indicação do seu “padrinho” político, aquele que tanto fez pelos menos favorecidos em seus oito anos de mandato – Lula da Silva - o maior presidente que o Brasil já teve. Assim, nada mais natural que a “goleada” acachapante e estrondosa nas urnas.
Agora, decorridos apenas seis meses da sua assunção ao “trono”, o “poste” DECEPCIONA ao mostrar que tem luz própria, que uma “presidenta” pode muito bem equiparar-se a um “presidente”, que uma mulher no comando não mete medo a ninguém, que já passou o tempo da fêmea adstringir-se às tarefas domésticas ou apenas servir de objeto sexual e, enfim, que é possuidora da “massa cinzenta” necessária a separar alhos de bugalhos, além de dotada do perfil técnico-executivo-gerencial necessário à empreitada.
Para tanto, nada melhor que começar cumprindo humildemente o que houvera prometido durante a acirrada campanha, qual seja, que o seu governo seria a “CONTINUIDADE” do governo Lula da Silva, em termos de priorização do “social”, de beneficiamento dos menos favorecidos, da opção pelos desafortunados, da busca incessante de catapultar da miséria milhões de irmãos (processo que já houvera sido iniciado pelo “padrinho”).
Para tanto, por qual razão não manter algumas peças que, reconhecidamente, “deram de conta do recado” na administração pretérita, em termos de eficiência administrativo-operacional ??? Por que não aceitar que o próprio antecessor, um homem experiente, ponderado e passado na casca do alho, o ajudasse na escolha e composição da equipe ministerial ??? E aí, a presidenta Dilma novamente DECEPCIONA seus algozes, ao exercitar e por em prática o que cumprira.
Só que (e isso é imprescindível de ser ressaltado), como o sistema político vigente no país sujeita o chefe do poder executivo a depender da tal “governabilidade”, há que se conviver (lamentável e obrigatoriamente), com uma briguenta, difícil, heterogênea e multifacetada coligação suprapartidária, onde os candidatos aos cargos de confiança são indicados pelos partidos componentes da base de sustentação do governo; e aí, não há como escapar às “surpresas desagradáveis” ou aos “desvios de conduta” oriundos e resultantes de um universo tão complexo.
Para tanto, há que se ter a necessária coragem de cortar na própria carne (quando preciso for) como forma de extirpar o mal pela raiz, mesmo e apesar do “prestígio” de algum deslumbrado que se tenha extasiado com o poder momentâneo. E aí, a presidenta Dilma de novo mostra toda a seriedade que a caracteriza e, mais uma vez DECEPCIONA aos “eternamente do contra”, ao apresentar o “bilhete azul” para figurões que atabalhoadamente meteram os pés pelas mãos, se perderam ao longo do caminho. Assim, as demissões de Antonio Palocci (uma indicação do próprio ex-presidente Lula da Silva) e Alfredo Nascimento (do PR) são exemplos vivos da determinação e objetividade que caracterizam a primeira mulher presidenta do Brasil. E haverá, sim, novas “baixas-substituições”, ao longo do seu mandato (podem apostar).
No mais, a presidenta Dilma DECEPCIONA (arre égua... de novo, outra vez, novamente) ao adotar e licitar as obras de ampliação e modernização dos aeroportos brasileiros sob o regime de “concessão” (ou cessão com “prazo determinado” pra devolução) e não o de “privatização” (entrega definitiva do patrimônio público, normalmente a preço de banana, como o fez o ex-presidente FHC, com o setor de telefonia). E no clímax da exploração do “pre-sal” não será diferente, pra desespero dos sectários e intolerantes que insistem em tentar confundir ou misturar tais conceitos e práticas (por má-fé, masturbação intelectual ou mesmo pura ignorância).
De sobra, ao momentaneamente deixar de lado o estilo “gerentona” e exercitar sua porção “ternurinha” (soft ou ligth), Dilma DECEPCIONA ao, propositadamente, inflar o ego do “príncipe dos sociólogos” (FHC) saudando-o de forma irônica na passagem dos seus 80 anos de idade (sinal de que a cada dia se credencia para integrar a equipe do “Instituto Butantã” - ambiente de cobras criadas – quando da política resolver afastar-se).
Por enquanto, a presidenta Dilma decepciona, decepciona, decepciona... (na visão "estrábica" dos seus mordazes críticos), enquanto o Brasil cresce, cresce, cresce... (na visão fria e realista dos números, de conhecimento do mundo todo).
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