TROVAS
I
Ela era um pé de valsa
Um ternário de cadência
Deslisando como a balsa
Serena de paciência
II
Um castelo de areia
Não é feito pra durar
A lua que hoje clareia
Clareia pr'eu te olhar
III
Não vou mais atrás do nexo
Do complexo que há em ti
Seu olhar é o reflexo
De uma imagem que eu já vi
IV
A poesia sempre chama
Sem nenhuma explicação
O sujeito tece a trama
No drama da oração
V
De tanto ser magoado
Eu parei pra refletir
Que a sombra do passado
Nunca deixa de existir
VI
O esquecimento acontece
No descuido de um repente
A memória desvanece
Insignificantemente
VII
Não digo tudo o que sei
Mas sei de tudo o qu'eu digo
O teu beijo eu já provei
E senti todo o perigo
VIII
Sempre quis o que era meu
Eu agora dou o troco
Para cada isulto seu
Eu devolvo com um coco
Ulisses Germano
Um comentário:
Muito bom, Ulisses. Como sempre.
E essa história de devolver o insulto com um coco, é demais! Só para poetas mesmo!
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