Surpreende que a seiva,
Se habite de tantos.
Carreando no caule,
Todas as sílabas do seu nome.
E que a solidão,
Se agasalhe sob a copa das árvores,
Uma cantoria de pássaros,
O choramingar de um riacho.
Surpreende teu ódio de pedreira,
Tornando rochas em volumes britados,
Fragmentando o caminho da evolução,
Com teu instinto de pedregulho.
E que versejes como fogos de artifício,
Uma deslumbrante luz no céu,
Que encanta pelo efeito,
Só para lembrar a escuridão.
Surpreende o sol que se põe,
Amiudando a luz em complexidade,
Detalhando o invisível da plena luz,
Nuances do mesmo, fusões dos diferentes.
E que a poesia seja apenas sons,
Mas uma canção também o é,
Ela nos diz do plural de cada um,
Da unidade na distinção.
Surpreende que o amor seja apenas um,
E que sua prática seja uma cena,
De tantos atores, muitos sentimentos,
Esperança, tédio e quebras.
O que não surpreende,
É o tempo me desconstruindo,
Enquanto o evoca na permanência,
A saudade que preserva é matéria do tempo.
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