por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



terça-feira, 12 de abril de 2011

DE REPENTE UMA LUZ

Transfiguração - Portinari - Igreja Matriz São Bom Jesus da Cana Verde - Batatais, SP



DE REPENTE UMA LUZ

Estou só no centro da cidade.
De repente uma luz me cega.
É dia nas casas dos homens.


COTA

Estendo a minha mão
à porta da casa dos homens.
Também quero minha cota
de pão e solidão.


ÀS VEZES NÃO ME BASTA A MORTE

Às vezes não me basta a morte.
Não me basta saber um pedaço de terra
definitivamente meu.

Às vezes não me basta o azul.
Estou de tal modo vivo
que o meu corpo não me contém.

Às vezes não me bastam os olhos.
Não me bastam os pulmões.
Não me basta um poema.

As palavras explodem no meu peito.
A terra explode nos meus olhos.
Sou apenas uma forma luminosa.


AMÉM

Sou filho da dor
e caminho orgulhoso
de meus irmãos.



2 comentários:

Stela disse...

Bom dia, poeta.

É bom começar o dia com a leitura dos teus versos.
Um abraço e minha gratidão por compartilhar conosco a beleza da tua alma.

stela

Joaonicodemos disse...

Meu caro Brandão,
grato por tanta beleza!

a palavra em teu verso
tem caligrafia própria:
ligação inevitável
entre a Timo e o cerebelo

belo!! belo!! belo!!!