por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



quinta-feira, 17 de março de 2011

ENTRE AMIGOS


Caro amigo Ulisses,

Germano de germinado
Germano de irmanado
Pela Musa difusa, tocado
de Sol e de chuva, molhado
aqui em solo distante,
canto, não fico exitante,
o presente presenteado.

Sigo seguindo a missão
abro abrindo o coração
canto pra ti, meu irmão
que a vida não é mole não
buscando resiliência
aprendo esquecendo a ciência
fazendo rima com "ão"

canto cantando a cantiga
canto a mão e a voz amiga
canto a cigarra e a formiga
canto a coceira da urtiga
canto a vida e canto o pão
canto e me chamo João -
rima rica não intriga.

a cantiga não tem fim
é mais doce que alfinim
mais linda que um querubim,
pó de pirilim pim pim
nela fico encantado
meu céu, de estrela qualhado,
meu sorriso é de marfim

a canção que a noite entôa,
um sapo feliz na lagoa
chuva fina, de garôa
vida bela, vida boa.
canto assim, emocionado,
num verso desobrigado
sua rima, sua lôa.

João Nicodemos


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Caro amigo Nicodemos

E eu agora lendo o seu poema

que me enternece
Veio um sentimento
para o amigo que merece:


Tão integro de si mesmo

Nicodemos meu irmão
Que jamais vive a esmo
Sempre fez jus a João
Mas é como um peregrino
Tem o canto de um menino
Que tem bola e pé no chão

Ao lado dos seres francos

A tua resilência
Foi aos troncos e barrancos
Conquistada na ciência
Que estando atento ao telhado
Já dançou até um fado
Colado com a  Clemência

Fez morada nas estrelas

As canções que nos inspiram
Ninguém pode entrete-las
Lá de cima elas  respiram
Pois são como pirilampos
Que piscando lá nos campos
Aspiram o que iluminam...

Amigo não tem escudo
Somos o que merecemos
A somatória de tudo
Que nessa vida fizemos
Quero viver na franquia
Espalhando a alegria
Feito João Nicodemos!

Ulisses Germano

Um comentário:

socorro moreira disse...

Eita, que prosa linda!
Eu queria
que as pessoas conversassem em versos,
como faz Stela,
debulhando o seu feijão!

Eu imaginei tudo isso,
quando sonhei no Azul...
Mas o sonho se completa
quando o grupo faz o blues.