por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



domingo, 23 de janeiro de 2011

a descoberta

Não sou a ideia do que suponho
tampouco a cruz do pensamento.

Posso falar pelo meu corpo
uma vez que a dor é minha.

Embora ultimamente
a dor me venha
quando durmo.

Então penso "é sonho"
e volto a dormir calado

(só despertando na hora
em que a porta se abre
sozinha e o vento
da área de serviço
puxa meus cabelos)

A morte é a liberdade
mas hoje de tarde

vendo um pombo
de pescoço flácido
no meio da calçada

não achei graça
nem virtude.

Quisera pudesse
tocar de leve
sua cabeça

levá-lo aos pés do velho
que ontem pela manhã
dava-lhe migalhas
de sonhos distantes.

Ah, foi isso.
Foi isso que matou o pombo.

3 comentários:

Liduina Belchior disse...

Lindo poema Domingos.
A gente sonha, viaja e empatiza a cada verso.
Dou-lhe um sorriso e um aperto de mão.
Mais um abraço: Liduina.

socorro moreira disse...

Belo poema .Belo Domingos, que tudo pode !


Abraços aos vivos sentimentos.

Stela disse...

Domingos Sávio
que belo nome você tem
que belos poemas você faz