por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



quinta-feira, 28 de março de 2024

 

O “OVO-DE-PÁSCOA” - José Nilton Mariano Saraiva 

Grosso modo e sem maiores delongas, sob a ótica da Ciência Econômica “fetichismo” seria o artifício de se “dourar a pílula”, valorizando um determinado produto ou mercadoria, aplicando-lhe um caprichado “banho de loja”, agregando-lhe, consequentemente, um valor simbólico ou irreal, calcado na mais “pura fantasia”,  estimulando, assim, pessoas dos mais diferentes extratos sociais (mesmo aqueles que não têm onde cair morto) a o adquirirem avidamente (pra consumo ou pra presentear alguém), em conformidade com a bem elaborada e desonesta ditadura do marketing.


O exemplo acabado e perfeito de tal definição se nos apresenta exatamente nesta época de Semana Santa, quando as grandes redes de supermercado literalmente bombardeiam os consumidores, via telinha, apresentando-lhes desde o “suculento” processo de produção até a exibição de gôndolas apinhadas de “ovos-de-pascoa” dos mais diferentes e variados matizes, privilegiando embalagens chamativas e atraentes, tamanhos variados, ovos com recheio ou não (normalmente um vagabundo “sonho de valsa” de R$ 0,50), e por aí vai. E haja exploração em cima do pobre e indefeso coitado.


E, no entanto, se nos déssemos ao trabalho de friamente analisar a relação “custo-benefício” embutida em transações da espécie, constataríamos a mais absoluta e pura “enrolação”, a desonestidade em essência, bastando para tanto nos darmos conta que uma simplória barra de chocolate, também embalada com esmero, com o mesmo peso do tal “ovo-de-pascoa” e de valor nutritivo semelhante, poderá custar a metade do dito-cujo.


Isto posto, não há como deixar de reconhecer que sábio foi o Marx, que lá atrás já profetizara, em definitivo: “...o fetiche relaciona-se à fantasia (simbolismo) que paira sobre o objeto, projetando nele uma relação social definida, estabelecida entre os homens”.


E aí, vai um ovo-de-pascoa, no capricho (de 100 gramas e custando os olhos da cara) ??? Com ou sem recheio especial ??? Quer embalado pra presente ou vai degluti-lo aqui mesmo ???

Nenhum comentário: