por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



quinta-feira, 22 de julho de 2021

A DOUTORA “CHARLATÔ - José Nílton Mariano Saraiva

Embora integrantes do governo tentem desqualificá-la (alegando um possível uso político), a verdade é que a CPI da Covid a cada dia se nos apresenta absolutamente necessária, porquanto trazendo ao conhecimento de todos nós fatos escabrosos e inquestionáveis (dignos dos “nazistas” da vida), ocorridos no Brasil no transcurso da pandemia que ainda hoje assusta a humanidade (e ninguém sabe até quando isso vai durar).
Aos fatos.
Ao raiar do ano 2019, a partir do reconhecimento e decretação da existência da pandemia provocada pelo novo coronavírus por parte da Organização Mundial de Saúde e cientistas de todo o mundo, o governo brasileiro mostrou-se omisso e displicente em “encarar a fera” de frente, talvez imaginando que o danado do vírus não simpatizasse nem um pouco com o Brasil e fizesse questão de “não pintar no pedaço” (criminoso engano).
Assim, enquanto os mortais comuns tomávamos conhecimento, assustados, do apetite e letalidade do vírus, com destaque para a situação da China e Itália onde centenas morriam todos os dias, irresponsavelmente o governo brasileiro não deu qualquer atenção (logo após, todo a Europa foi invadida pelo vírus).
Fato é que, devido à comprovada omissão e descaso governamental (em breve período o Ministério da Saúde mudou de titular em quatro oportunidades), quando o coronavírus explodiu de vez na cidade de Manaus, que vivenciou cenas dignas do mais horripilante filme de terror, com pessoas morrendo “de montão” todos os dias por “falta de ar”, e a não existência sequer de oxigênio para combatê-la, enfim o mundo tomou conhecimento do nosso drama (não por parte do governo brasileiro, mas devido ao quadro dantesco que eclodiu e foi divulgado pela mídia).
Desnorteado, sem rumo e literalmente perdido em razão de ter colocado no Ministério da Saúde um milico despreparado, arrogante, puxa-saco e inexperiente, o governo federal enviou àquela cidade uma robusta caravana de médicos, chefiados por uma das secretárias do Ministério da Saúde (a pediatra Mayra Pinheiro), abusada e intransigente defensora do uso da cloroquina (medicamento sem nenhuma comprovação científica de eficácia) a fim de difundir e aplicar o seu uso imediato.
E assim foi feito. Toneladas de comprimidos de cloroquina foram despejadas em Manaus, e reuniões e mais reuniões (comandadas por Mayra Pinheiro) enalteciam seu poder ante a doença.
E mais, os médicos que não fossem adeptos de tal receituário eram descartados sumariamente (em pleno clímax da pandemia), nem que tivessem que ser substituídos por simples enfermeiros. A ordem era que todos rezassem pela mesma cartilha de catequização dos incautos.
Claro que não deu certo, e as mortes só aumentaram (hoje são 545.000 e em fase crescente). Rotundo fracasso, e a enviada governamental (Mayra Pinheiro) saiu desmoralizada do episódio, tanto que, a partir de então, recebeu a alcunha pejorativa de “capitã-cloroquina” (continuou, entretanto, prestigiada pela cúpula do governo).
Sabe-se agora – e o documento redigido e assinado pela própria foi publicizado pelos integrantes da CPI – que a senhora Mayra Pinheiro (invocando sua nacionalidade portuguesa) naquele momento se ofereceu ou colocou-se à disposição do governo de Portugal para comandar campanha de uso intensivo da cloroquina naquele país, ALEGANDO O “SUCESSO” DO USO DA TAL MEDICAÇÃO NO BRASIL (GROTESCA MENTIRA) tanto que estaria disposta a cruzar o Oceano Atlântico para liderar as autoridades daquele país no combate à doença.
Prudente, porquanto sabedor do quadro brasileiro, o governo de Portugal não aceitou, preferindo adstringir-se às recomendações das autoridades competentes, através do isolamento social, do uso da máscara, do ficar em casa para não aglomerar e, enfim, da racionalidade, inclusive com a adoção do lockdown (01). Nova desmoralização para a “capitã cloroquina”.
Agora, o intrigante nisso tudo é que, de defensora intransigente do “kit-covid”, a capitã-cloroquina (Mayra Pinheiro) não demonstrou nenhum constrangimento quando, por pertencer a um dos chamados grupos prioritários (saúde) foi convidada a se vacinar antecipadamente contra o vírus letal. De pronto, sem titubear, foi lá e estendeu o braço à imunização. Charlatanismo (02) puro e na veia.
Se considerarmos aquela máxima de que “na prática a teoria é outra”, tão simplório ato apenas demonstrou de forma contundente que a capitã-cloroquina em nenhum momento se serviu do kid-covid que prescreveu para seus pobres e indigentes pacientes.
Por saber, certamente, que não tinha nenhuma serventia (merecia ser presa de imediato).
**********************************************
Postscriptum:
(01) Lockdown - bloqueio que, imposto pelo Estado ou por uma ação judicial, restringe a circulação de pessoas em áreas e vias públicas, incluindo fechamento de fronteiras, geralmente ocorre em situações de pandemia com o intuito de evitar a disseminação do vírus;
(02) Charlatão - médico incompetente e sem escrúpulos que recorre a meios condenáveis para atrair clientela; aquele que se diz possuidor de remédios infalíveis.

Nenhum comentário: