por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



quarta-feira, 17 de março de 2021

"BIOGRAFIAS" - José Nilton Mariano Saraiva

 “BIOGRAFIAS” – José Nilton Mariano Saraiva

Embora poucos tenham se dado conta, na República Federativa do Brasil existe um “cantinho” onde seu povo, por conta própria, decidiu adotar o “regime monárquico”. E, gulosos que são, para fazer inveja a quem de direito, os integrantes desse “cantinho” acharam por bem que teríamos não um, mas “dois reis”, independentemente de alguém aprovar ou não; assim, temos o “rei” Roberto Carlos (cantor romântico) e o “rei” Pele (no futebol).

Sobre o “rei” Pele, já foram escritas milhares e milhares de páginas, realçando, sempre, sua performance “nos gramados” do mundo inteiro e os encontros sociais com seus “iguais” (reis de tudo que é canto). Hoje, o questionamento é sobre a retidão do seu “caráter”, porquanto  teria deixado de reconhecer uma filha legítima, porque gerada fora do casamento.

No tocante ao rei Roberto Carlos, embora de vida discreta, sabe-se que já  casou uma “ruma” de vezes, gerou um prole considerável, mas, outro dia foi manchete na mídia nacional em razão de ter ameaçado processar um jornalista que decidira lhe fazer uma homenagem, escrevendo sua biografia, sem consultá-lo.

Portanto, a “reflexão”, seria: biografias devem ou não ser autorizadas ?

O bafafá a respeito nos remete a uma entrevista concedida pelo jornalista Lira Neto, depois que colocou no mercado, em 2009, a volumosa (e cara) biografia que produziu enfocando o padre Cícero Romão Batista (são centenas e centenas de páginas).

Pois bem, após narrar o conceito “objetivo” da Igreja Católica a respeito (tanto que na prática redundou na expulsão do sacerdote das suas hostes), bem como as “subjetividades” dos fanáticos adeptos (tanto que sem nenhuma comprovação dos pretensos milagres), aquele jornalista foi instado a pronunciar-se se acreditava realmente na ocorrência do tal “milagre da hóstia”.

Depois de tergiversar, gaguejar, tossir e pigarrear, Lira Neto diplomaticamente “tirou o braço da seringa”, ao afirmar que àquela época, lá (em Juazeiro do Norte) houvera acontecido ALGUMA COISA”, mas que não poderia precisar o “quê”.  Ou seja, até o biógrafo levanta dúvidas a respeito da veracidade da informação que acabara de divulgar.

Sem dúvida, uma ducha de água fria nos adeptos de Cícero Romão Batista, que aguardavam um depoimento incisivo e contundente de sua parte, confirmando a sua convicção a respeito (afinal, não manifestada).

Assim , o “houvera acontecido alguma coisa”, do biógrafo Lira Neto, deixa a porta entreaberta para que livremente trafeguem versões outras e mais consistentes, inclusive e principalmente a da própria Igreja Católica, segundo a qual o tal “milagre da hóstia” não passou de uma grotesca farsa e desbragado charlatanismo, tanto que seu arquiteto-idealizador (o próprio Cícero Romão Batista) foi sumariamente desautorizado, excomungado e expulso da instituição.

Particularmente, entendemos que ancorados no generoso e amplo sentido embutido no conceito “liberdade de expressão”, ninguém tem o direito de sair por aí devassando a vida de outrem, sem prévia autorização (do próprio, se vivo, ou de pessoas autorizadas, pós morte), já que objetivando puramente fins mercantis.

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