por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



domingo, 17 de maio de 2020

O "ALIENÍGENA EXTERMINADOR" - José Nilton Mariano Saraiva


Meses atrás, em plena Região Nordeste do Brasil, deu-se uma luta intensa e acirrada entre os próprios Estados que a compõem, e para a qual foram chamados a participar políticos de um modo geral (vereadores, prefeitos, deputados, senadores e governadores, independentemente da filiação partidária), associações de classe, empresários miúdos e de alto coturno, comerciantes, comerciários, industriais, igreja e, enfim, a sociedade civil como um todo.

À época, o objeto de desejo ou “prenda” (única) cobiçada por gregos e troianos era o HUB do transporte aéreo, espécie de centro distribuição e transferência de voos para conectar os passageiros até seu destino final. Em português límpido e cristalino, uma maneira de incrementar e alavancar o turismo (nacional e internacional) no Estado escolhido.

Pois bem, ao fim de refrega tão disputada,  o Ceará (e mais especificamente sua capital, Fortaleza) foi o Estado escolhido para tal, em razão de um aeroporto de padrão internacional, de Fortaleza ser uma  cidade pujante e pulsante para satisfazer endinheirados e exigentes visitantes e, fundamentalmente, por ser o Estado geograficamente mais próximo da Europa.

Claro que a partir daí a nossa “indústria sem chaminé” (turismo) cresceu espetacularmente, as belezas naturais do Ceará alçaram um voo estupendo, a “gringarada brancosa” (europeus) descobriu a beleza brejeira e morena das nossas mulheres (muitas contraíram matrimônio e se mandaram), nossas praias passaram a fazer parte do “cardápio” das mais exigentes agencias de turismo do mundo e, enfim, nossas então cambaleantes divisas foram “marombadas” em dólares, significativamente.

Tudo transcorria bem e de acordo com o script estabelecido, quando recentemente se constatou que a bordo dos portentosos “jumbos” internacionais que atravessam o Oceano Atlântico até aqui, oriundos principalmente do continente europeu, um passageiro silencioso e indesejável se fazia presente, o coronavírus, tão minúsculo (na verdade invisível) como letal.

Refazendo sua trajetória mortal (independentemente do quadro pandêmico que atravessamos), descobriu-se que em São Paulo (turismo corporativo), Rio de Janeiro (carnaval) e Ceará (belezas naturais) o “alienígena exterminador” encontrou campo fértil de propagação, daí o estrago feito até aqui (os três estados pontuam as estatísticas de mortes até o momento).

Como, segundo dados oficiais do governo do Ceará, só no mês de fevereiro pretérito desembarcaram no Estado 18.000 (dezoito mil) estrangeiros, não seria despropositado afirmar que provavelmente muitos deles seriam hospedeiros do “alienígena exterminador”.

Essa outra face oculta da moeda (turismo) num primeiro momento há de ser combatida com rigor em nosso aeroporto internacional, através de uma fiscalização rigorosa dos que por aqui aportam oriundos de outros países.

Afinal, de que adianta incrementar nossas divisas, se junto vem um “alienígena exterminador” impiedoso.  



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