Não é possível que,
principalmente os militantes do serviço público federal (aprovados
em rigorosos concursos) e que ainda não foram vitimados pelo Mal de
Alzheimer, hajam se surpreendido com o “anúncio fúnebre” do sem
povo, sem voto e sem moral (Michel Temer), no tocante ao progressivo
esvaziamento do Banco do Brasil (e demais bancos públicos), visando
sua posterior extinção/privatização.
Afinal, na fase crepuscular da
década de 90, o Governo Tucano (Fernando Henrique Cardoso), via
Ministério da Fazenda (Pedro Sampaio Malan), firmou um Acordo
Stand-By com o Fundo Monetário Internacional, onde, em troca de
migalhas que teoricamente livraria o Brasil da falência absoluta, se
comprometeu a entregar à iniciativa privada tudo que contribuísse
para que o patrimônio nacional fosse pulverizado vapt-vupt (não
houve jeito, perdemos parte expressiva do patrimônio e tivemos que
se ajoelhar mais duas vezes, posteriormente).
Abaixo, só pra refrescar a memória,
a prova do crime:
“MEMORANDO DE POLÍTICA ECONÔMICA
(de 08.03.1999), ENCAMINHADO AO FMI PELO MINISTÉRIO DA FAZENDA DO
GOVERNO FHC (ACORDO STAND-BY)
Com
determinação o governo dará continuidade à sua política de
modernização e redução do papel dos bancos públicos na economia.
O Banco Meridional uma instituição federal foi privatizado 1998 e
em 1999 o sexto maior banco brasileiro, o BANESPA, agora sob nova
administração federal será privatizado. Ademais, o governo
solicitou à comissão de alto nível encarregada do exame dos demais
bancos estatais (Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, BNDES,
BNB e BASA) a apresentação até o final de outubro de 1999 de
recomendações sobre o papel futuro dessas instituições, tratando
de questões como possíveis alienações de participações nessas
instituições, fusões, vendas de componentes estratégicos ou
transformações em agências de desenvolvimento ou bancos de
segunda linha. Essas recomendações serão analisadas e decisões
serão tomadas pelo Governo antes do final do ano sendo que as
determinações serão implementadas no decorrer do ano 2000. O
Governo já se decidiu sobre a privatização da administradora de
ativos afiliadas ao Banco do Brasil (BB) e do Instituto de Resseguros
do Brasil (IRB)” (ipsis litteris).
************************
Apesar da pressa, não deu tempo de
“doar” tudo, face à defesa da sociedade e, posteriormente, com a
assunção de Lula da Silva, quando o estado brasileiro foi retomado,
tanto que de devedor do FMI passamos a credor daquele famigerado
Fundo, de par com a adoção de uma política exterior independente,
onde novas e poderosas parcerias foram estabelecidas (China,
Mercosul, África e por aí vai). E a partir daí o Brasil ganhou o
respeito internacional.
Vida que segue (e suas surpresas),
fato é que hoje, após o “golpe” midiático, parlamentar,
jurídico perpetrado, voltamos a uma fase de incertezas e pessimismo,
principalmente ante a tenebrosa constatação que, embora fora do
poder formalmente, a “tucanalhada” mais do que nunca se acha
presente, porquanto o “gagá” enrolador que se acha Ministro da
Fazenda (Henrique Meirelles) incapaz de uma ideia original, adotou
definitivamente o modo/pauta tucano de ser e agir.
Assistir
a tudo isso nos traz uma pesarosa e triste sensação de “DÉJÀ
VU" (o equivalente popular a "eu já vi esse filme"),
cuja medicação exige luta e enfrentamento, até porque ante um
governo ilegítimo.
Mas,
será que os famosos “coxinhas” que integram o serviço público
federal (principalmente funcionários do BB, CAIXA, BNDES, BNB e
BASA) que se esgoelaram, escreveram artigos e bateram panelas
exigindo o impeachment da presidenta Dilma Rousseff, estão
satisfeitos com o papelão que fizeram e com o “presente” lhes
está oferecendo o governo em termos de futuro ??? Teriam hombridade
de ir às ruas defender seu emprego, o sustento da sua família ???
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