Cratense, filho de Alfredo Moreira Maia e Ana Amélia
Ferreira de Menezes , nasceu no dia 28 de fevereiro de 1924.Faleceu no
dia 21 de outubro de 1987, aos 64 anos, exatamente na idade em que estou
prestes a completar (eu, sua filha mais velha).
Ainda criança, de pouca idade, revelou seu potencial para as artes plásticas. Minha avó dizia-me que, quando começou a desenhar, o fazia em pé, num tamborete para alcançar a mesa. Autodidata ,desenhava letreiros, telas a óleo, cartazes em nanquim, fotos -pinturas( sua primeira experiência profissional, na cidade de Missão-Velha), além de grande habilidade como criador e
artesão. Não havia nada que o meu pai não fizesse com um pequeno canivete, pistola, solda, lápis e pincel.
Ainda criança, de pouca idade, revelou seu potencial para as artes plásticas. Minha avó dizia-me que, quando começou a desenhar, o fazia em pé, num tamborete para alcançar a mesa. Autodidata ,desenhava letreiros, telas a óleo, cartazes em nanquim, fotos -pinturas( sua primeira experiência profissional, na cidade de Missão-Velha), além de grande habilidade como criador e
artesão. Não havia nada que o meu pai não fizesse com um pequeno canivete, pistola, solda, lápis e pincel.
Depois de 8 anos de namoro, molhados com músicas, desenhos, e
gentilezas, conquistou minha mãe (Maria Valdenòra Nunes Moreira), em
definitivo. Era o ano de 1950.
Ele- o artista, o cantor, o homem de habilidades mil.
Ela- a professora e filha de Maria.
Ela- a professora e filha de Maria.
Ele pisciano e ela capricorniana. Uma sinastria interessante,
talvez até um pouco complementar, mas totalmente oposta.
Convivência de 45 anos, entre festas e missas, até que a
morte os separou.
Tiveram 10 filhos, entre os quais seis vingaram, e ainda vivem (cinco
mulheres e um homem)- Cinco Marias e um Alfredo.
Fui a primeira das marias, nascida em 1951.Fui filha única
por muito pouco tempo
Talvez por lembrar o
nascimento de todos os meus irmãos, não brinquei de bonecas, nem participei
muito dos folguedos da época. Estava centrada nas músicas, nos livros, e nos
lançamentos de todos os filmes.
Enquanto os gostos do meu pai me davam um prazer imenso, o
cotidiano da minha mãe era doutrinário: rezas, estudo e gastronomia. Meu pai
era exigente, e só comia o que a minha mãe fazia.
Ela até gostava de dizer:"a gente conquista o homem é pelo estômago".Conversa, Dona Valda, a gente conquista um homem é sendo paciente , e se fazendo de burra!( Na verdade a conquista é bilateral- são disposições para dar e recebr, o tempo todo!)
Ela até gostava de dizer:"a gente conquista o homem é pelo estômago".Conversa, Dona Valda, a gente conquista um homem é sendo paciente , e se fazendo de burra!( Na verdade a conquista é bilateral- são disposições para dar e recebr, o tempo todo!)
Eu e meus irmãos acabamos muito misturados, nem sempre
equilibradamente.
Amanhã é domingo. Para mim um dia como qualquer outro, além
de pequenas e grandes recordações.
Nasci na Rua José Carvalho, mas aos 3 anos nos mudamos para a Rua
Pedro II.
Dia de domingo, a radiola não parava um só instante. Ele
ficava quase a manhã inteira de pijama, brincando comigo e duas irmãs mais novas (Zélia e
Verônica). Minha mãe fazendo quitutes especiais, e uma Brahma de Recife, na
geladeira a querosene, querendo ficar gelada.
Era um pouco anarquista na essência, mas ao mesmo tempo
tinha suas paixões políticas. Participava das campanhas que elegiam
representantes da nossa cidade. A gente também se empolgava ,tanto com o Vasco,
como com os candidatos da extinta UDN.
Tinha uma grande 'corriola' de amigos verdadeiros, fiéis....
Eu sentia orgulho de ser filha de Moreirinha. Mas sentia frustação por ter alma
de artista, sem habilidades. Neste caso, o sangue da minha mãe me
conduzia por outros caminhos, e revelaram-me outras tendências, nunca,
entretanto, bem desenvolvidas. Fazer o que?
Com pistola, martelinhos e tintas ele nos sustentava.Com o produto do trabalho que lhe sobrava , ele bem vivia!
Morreu jovem demais, justo por viver sem limitações. Era
intenso!
Durante décadas fez cartazes para o Cine Cassino, em troca
de permanentes para toda família. A gente só precisava batalhar pelos
bombons Piper, zorro e chicletes Adams. Se a censura não me permitia ver todos
os filmes, eu lia “Cinelândia” e pedia-lhe que me contasse alguns enredos. Também
lia seus livros de bolso- todos!
Éramos apaixonados por Moreirinha. Lembro que
Verônica, ainda criança, um dia perguntou para minha mãe: ” mamãe aonde você
encontrou esse homem tão lindo? ” E minha mãe respondeu-lhe: “passeando na
praça de Cristo Rei. Olhando a fonte luminosa da Samaritana. Como
conseguia negar-lhe água? Ela me presenteava com laços de fitas e margaridas para os cabelos,e
desenhos de céu estrelado.
Não consigo passar um dia, sem lembranças do meu pai. Das
viagens pelo Brasil, que juntos fizemos; dos desenhos nas toalhas da mesa; das
gargalhadas, nas madrugadas, quando jogávamos "carapu" ( paciência a dois) ou mesmo o buraco;das
músicas que ele ouvia , cantava, ou assobiava, 24 h por dia. Uma bagagem artística- amorosa, infinita!
Obrigada meu pai!
- Natureza boêmia, amou sua família, seus
amigos, e a sua cidade: O CRATO!
Compartilho esse texto com meus irmãos: Catarina Moreira,
Verônica Moreira, Teresa Moreira, Zélia Moreira e Alfredo Moreira . Incluo genros,nora,netos(as),bisnetos(as), suas irmãs, sobrinhas(os), primos(as) e amigos (notadamente,
todos aqueles que o conheceram, e ainda recordam sua vida singular, no Planeta Terra).
.
2 comentários:
Socorro e a natureza de nosso ser. Ser no mundo. Entre a mortalidade, como medida do tempo e a permanência como o difuso da prisão do tempo pela memória, porém, pelos cantos dos olhos vendo algo além do campo visual. É esta lateralidade da visão que nos desperta em futuro, em desejo de ir mais adiante, com a necessidade de um senso de conquista e humildade. Ter o prazer do domínio do conhecimento e a desconfiança de que este pode se encontrar sob a influência de circunstâncias, interesses pessoais e sociais, e, com alguma frequência, uma doutrina que nos limita por querer tudo conduzir num caminho. O caminho é uma bela e útil simbologia, mas não deixa de ser um foco onde nos esquecemos de toda a extensa floresta que lhe margeia. Enfim, amar o vivido para amar ainda mais as vivências e a potência daquilo a viver.
"Amar ainda mais a potência daquilo a viver!"
Se não sei o dia certo, vivo o hoje com o entusiasmo de uma criança vadia, e o idesalismo de uma cidadã, que insiste em ser madura.
Sempre fica muito em mim de tuydo que vc escreve.
Obrigada pela tua amizade.Você tem o meu carinho.
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