Abaixo você poderá assistir a um vídeo em baixa resolução cuja história é contatada num texto. Ao assistir no blog que tive dificuldades pois o programa lê trechos e não todo o vídeo. Mas na verdade o vídeo todo tem mais de 13 minutos. Quem conseguir vai acompanhar toda a história.
Como o texto fica em letras muito pequenas, dificultando a leitura e se o vídeo for posto em tela cheia a qualidade da imagem não é boa, publico abaixo o texto completo do vídeo para quem desejar ler por completo.
EM BUSCA DE NÓS MESMOS
Primeira Foto
Quatro
universos se abraçam.
Dois corpos
fundindo seus limites,
e o espaço
transformando-se sempre;
em dois: o
que o passou e o que se passa.
Primeira filmagem
(5530)
Este vidro
empoeirado para se ver o presente
na contraluz
da reversão ao tempo fugidio,
no qual
andares soterram o planisfério da lembrança,
estranhando
estas ruas de rastros já deixados.
Terceira filmagem
(trechos mudos e falados da 4255 e 4202)
Este espaço
seguro que sobe e desce
entre a
memória e a voz,
ora desce
como uma saudade de tantas notas perdidas,
ora sobe
como alegria de saber-se narrativa
de ações
vividas.
Em tudo este
sobe e desce são como as ladeiras
de
Araraquara e Cantagalo.
Sequência de fotos do
interior do apartamento, do prédio e o filme 4751
Um ninho
construído nos galhos
de uma
enorme planta.
Embora
resfriado das munições de traçados mortais,
há no
derredor uma força transformadora
descomunal.
Apesar dos
silvos, trovejadas e relâmpagos,
garrancho a
garrancho fez-se
um ninho à
posteridade.
Onde
alegrias suaves como plumas,
deitavam os
amigos, parentes, o pai,
a mãe e....
Filme 4028 – trecho
da Kabedesh
Assim como a
dança do trancelim
que mistura
fitas coloridas,
no mastro
onde se trançava, um lar e Kabedesh,
a eritreia
com voz feminina de arrastar as ruas,
e acalmar os
sóis na companhia de Anneta,
Margarita e
o pessoal das embaixadas.
Filme fotos deles
curtindo o jardim, recebendo os amigos e o filme 4255 e 5118
Este norte
gregário que exercita
a comunhão
entre tantos,
é
estimulante porque evidencia outras formas
de agir e
pensar,
enquanto
deposita tantas porções distintas
sobre a
mesma base,
de uma
enorme injera vinda
deste teff
fermentado em água.
Um clube
assim como um trancelim,
uma injera diante da fome.
Onde se
festeja cada movimento
da
inspiração destes ares das terras altas,
como as
águias da Etiópia em rasante
sobre os
abismos,
pois aos
abismos nos acostumamos,
quanto mais
a uma piscina vazia.
O último filme (5614)
O Leão de
Judá foi abatido
em sua
própria jaula.
Um tempo que
emperra
desdenta a
engrenagem que move o regime,
e tudo de
acelera,
se destrói,
se constrói
no lugar,
onde os da
primeira jornada não estarão.
Mesmo assim,
soterrados
pelo sedimento do tempo,
retorna
feito uma pedra,
cuja
natureza surpreende
as
inteligências dos que se julgam únicos proprietários
do presente
diante da estante de Lucy.
Mas não
retornarão como um imperador,
agora parte
do todo.
E vêm
trazendo em seus colos
os filhotes
das horas agora badaladas.
Leõezinhos
que crescem com o mesmo sentido caçador.
Caçar o
tempo nas savanas da África.
A África que
fertilizou as Américas.
Um comentário:
Maravilhoso!
Compartilhei!
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