por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Sobre o DE(em)BATE presidencial - José Nilton Mariano Saraiva

Bem que, antes de começar o programa, quando entrevistada, a presidente Dilma Rousseff manifestou a esperança de que fosse um debate "propositivo" (sério, com apresentação de propostas) para o qual se achava preparada. Como, quando começou, previsivelmente o Aécio Neves partiu pra baixaria, com destaque para a corrupção na Petrobrás, o DEBATE acabou melancolicamente em EMBATE. 

Isso porque, evidentemente, Dilma Rousseff não ia ficar calada e passiva ante a saraivada desferida pela metralhadora giratória do oponente; assim, a cada agressão sofrida respondia com fatos reais e acontecidos num passado não tão distante. Como quando, aproveitando o gancho da corrupção da Petrobras, olhando olho no olho, perguntou ao senhor Aécio Neves: "Candidato, onde estão os envolvidos com o CASO SIVAM ? Todos soltos. Os envolvidos com a COMPRA DE VOTOS DA REELEIÇÃO ? Todos soltos. Os envolvidos na PASTA COR DE ROSA ? Todos soltos. Os envolvidos no CARTEL DOS METRÔS E TRENS DE SÃO PAULO ? Todos soltos. Os envolvidos no caso do MENSALÃO TUCANO MINEIRO ? Todos soltos. Eu não acho isso moral e nem ético.". E concluiu, contundentemente: O que eu não quero é isso, candidato. Eu quero todos aqueles culpados presos. É essa a minha indignação, que o senhor não enxerga. 
Como o Aécio tergiversou, ao afirmar que “A senhora busca comparar outras coisas, muito diferentes, não queira nos igualar”, Dilma Rousseff foi absolutamente cirúrgica: “Candidato, gostaria muito que o senhor explicasse aqui para o telespectador por que isso tudo que eu listei é outra coisa. É outra coisa porque não foi investigado nem punido.” Aécio Neves emudeceu.
Num outro instante, quando foi questionado por Dilma Rousseff sobre a construção do aeroporto na cidade de Cláudio, em terras da família Aécio Neves afirmou que “o Ministério Público Federal atestou a regularidade dessa obra” Dilma Rousseff simplesmente lhe lembrou que: “O Ministério Público não aceitou a ação criminal, candidato. Mas mandou investigar a obra do aeroporto de Cláudio no que se refere a IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA”; e aí fez questão de didaticamente indagar a quem assistia: “Sabem o que é improbidade administrativa? É MAU USO DO DINHEIRO PÚBLICO.”
Alfim, uma novidade que decerto surpreendeu o tucano deu-se quando a Presidenta colocou o “nepotismo” no cardápio e de forma incisiva, sacou: “Hoje, no Brasil, é proibido o nepotismo, candidato. E o senhor tem: uma irmã, um tio, três primos e três primas no governo de Minas Gerais. Agora, pode olhar o governo federal. Não vai achar um parente meu.”
Enfim, o formato do programa da Band permitiu que os candidatos se lançassem à jugular do adversário com incrível disposição e avidez e se agredissem mutuamente. 

Daí o DEBATE ter-se transformado em EMBATE e de certa forma decepcionado o público em geral (conforme manifestações posteriores), porquanto todos esperavam a apresentação de propostas objetivas do que pretendem fazer pelo Brasil. 


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