Mesmo com a vitória
insofismável da presidente Dilma Rousseff no primeiro turno (vantagem de
8.370.242 votos), os analistas globais já “decretaram” que os votos da
candidata Marina Silva, no primeiro turno (22,1 milhões) deverão migrar para o
candidato Aécio Neves e, assim a eleição será decidida a favor do tucano, no
segundo turno (como se Marina Silva tivesse carisma ou poder de transferir tudo
para quem decidir apoiar).
Se houvesse a
preocupação de pelo menos analisar e comparar com imparcialidade os números atuais
com as da eleição passada, veriam que naquela oportunidade os 19.6 milhões de votos
da mesma Marina Silva não foram agregados na totalidade aos votos obtidos pelo
candidato José Serra, no segundo turno, e que decidia a eleição com Dilma
Rousseff.
Assim, enquanto Serra
subiu de 33,1 milhões de votos para 43,7 milhões (10,6 milhões), quase que na
mesma proporção a candidata Dilma Rousseff saltou de 47,6 milhões para 55,7
milhões (8,1 milhões), gerando uma diferença de 12,04 milhões para a candidata
Dilma, ao final da contenda (ante os 14.5 milhões do primeiro turno).
Observa-se que a votação
de Aécio, agora no primeiro turno (34,8 milhões ou 33,55%), praticamente se
assemelha à votação de Serra naquela oportunidade (33,1 milhões ou 32,61%),
embora caiba destacar que a votação de Dilma Rousseff, na época, foi de 47,6
milhões (46,1%) e, agora, tenha sido 43,2 milhões (41,59%), resultando que a
diferença pró-Dilma no primeiro turno tenha oscilado negativamente de cerca de 14,5 milhões
para 8,3 milhões, agora (em razão da votação paulistana).
No mais, Dilma Rousseff
venceu em 15 estados da federação (inclusive na terra de Aécio Neves, Minas
Gerais, no Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul), Aécio Neves em 10 estados e Marina
Silva em 02.
Há que se destacar,
ainda, que tivemos a omissão de impressionantes 38.797.556 eleitores ou 29,03%,
a saber: se abstiveram de votar (27.698.475 ou 19,39%), anularam o voto
(6.678.592 ou 5,80%) ou o deixaram em branco (4.420.489 ou 3,84%). Segundo os
famigerados institutos de pesquisa, aqui a candidata Dilma Roussef foi a mais
prejudicada, e se houver um retorno de parte deles ela colherá dividendos.
Enfim, se não surgir
alguma novidade capaz de produzir efeitos devastadores, nada que um ajuste bem
dado e uma maior participação da militância (principalmente em São Paulo) garantirão
a permanência da atual ocupante do Planalto. Afinal, no cara-a-cara (debate) entre os dois
candidatos, não poderá ser olvidado a comparação entre os dois modelos de
governo em confronto: o do desenvolvimento inclusivo, onde se prioriza a
redistribuição de renda, via inclusão social e a remoção das desigualdades
sociais (Dilma Rousseff) e aquele excludente, que entrega de mão beijada ao
mercado, via capital financeiro, o gerir da economia (Aécio Neves).
Restaria a pergunta: pelos
grosseiros e clamorosos erros cometidos (inclusive na “boca de urna”), os diversos
institutos de pesquisa (que já anunciam novos dados a partir de amanhã),
merecerão alguma credibilidade ou capazes serão de induzir o voto do eleitorado,
a partir de agora ???
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