O eufemismo “falha
processual na editoração” serviu de mote para que a candidata Marina Silva
tentasse justificar modificações apressadas no seu programa de governo, recém-saído
do forno. Só que, sabe-se agora, a “verdade
verdadeira” é que tal decisão foi resultado do “puxão de orelhas” que um dos
seus influentes apoiadores, o pastor Silas Malafaia lhe aplicou, ao exigir, com
prazo definido, que tratasse de retratar-se publicamente no tocante à questão
da comunidade LGBTs, modificando o que fora divulgado: “Aguardo até
segunda-feira uma posição de Marina. Se isso não acontecer, na terça será a
mais dura fala que já dei até hoje sobre um presidenciável.” (Coluna Elio
Gaspari – O Velho na novidade de Marina). E assim, às pressas, e sem se importar com a (falta de)
coerência, tudo foi refeito “vapt-vupt”, de sexta-feira para o sábado, de modo
a que os ânimos serenassem.
A
reflexão é só para demonstrar que inexistem “coerência” e “firmeza” na tal “nova”
política da candidata Marina Silva, porquanto os métodos não diferem um milímetro
dos aplicados na “velha” e tradicional política do “é dando que se recebe”. Afinal, a
simples perspectiva de perder os votos das lésbicas,
gays, bissexuais, travestis, transgêneros e transexuais (LGBTs), foi
determinante para que logo logo à tona emergisse a “velha” política da
conveniência e da oportunidade. Afinal, que “nova” política
é essa que obriga a candidata a tentar, sem sucesso, equilibrar-se no fio de
navalha, com receio de desagradar alguns (poucos) prováveis eleitores ???
E se alguém imagina
que se trata de uma questão menor e sem importância, é bom que tire o cavalo da
chuva, porque se houve tal “abertura” numa questão pontual, uma pergunta básica
se impõe: como Marina Silva negociará com o “banco de reserva” do Congresso, quando as grandes questões da
República forem postas, porquanto já disse e repetiu “ad nauseam” que não aceitará
conversar com os "titulares", adeptos da “velha” política
???
Já na questão tida
como a mais relevante, a economia, não é preciso se ser nenhum “expert” para
constatar que uma possível vitória da ex-verde Marina Silva significará um imediato
retorno ao modelo econômico vigente à época do governo FHC, com tudo de
deletério que representou aquele sombrio período (os juros chegaram a 45%, lembram).
É que o seu principal ideólogo-formulador é o economista Eduardo Giannetti, ligado
historicamente ao PSDB, que tem repetido para quem quiser ouvir que o projeto
econômico de Marina é basicamente o mesmo que o projeto de Aécio Neves,
Lá, dito está, com
todas as letras, que haverá um radical corte de gastos na área social, que a
política do salário mínimo não mais contemplará ganhos reais, que a exploração
do pré-sal não terá a relevância que tem hoje, que a redução do papel do Estado
na economia será implementada de pronto (e aí, como conseqüência, medidas
recessivas, desemprego e recessão) e por aí vai.
Alfim, o que se
pode aferir do exposto no programa da candidata Marina Silva, é que a “nova”
política anunciada por ela é tão verdadeira quanto uma nota de três reais (R$
3,00). Valerá a pena pagar pra ver ??? Não se trata de um risco tão desnecessário
quanto inoportuno ???
Post Scriptum:
A propósito: merece
um "picolé de xuxu" aquele que tenha ouvido da candidata Marina Silva “respostas
objetivas” sobre o que lhe é perguntado, nos debates ou entrevistas nos
telejornais. É um “enchimento de lingüiça” sem fim.
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