por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



domingo, 21 de setembro de 2014

EXPECTATIVAS RACIONAIS - José do Vale Pinheiro Feitosa

Um filme do passado, narrando a saga de Tomaz Edison para iluminar as ruas de Nova York com lâmpadas elétricas incandescentes. Acontece que os “barões” da iluminação a gás não deixavam pois perderiam seus negócios. Agora ao presente.

Já perceberam a quantidade de pesquisas eleitorais divulgadas uma atrás da outra, mais de uma vez por semana? Há uma forte suspeita que especuladores na Bolsa de Valores conseguiram “agregar” expectativas com os resultados das pesquisas eleitorais. Especulação no presente e defesa dos seus negócios mesmo contra o progresso no exemplo do passado.

Agora o arremate pois sei que poucos sabem mas já frequentei os bancos de uma faculdade de Economia. Não cheguei ao canudo por risco de uma derivada de oferta e procura consumir três expedientes numa longa jornada de 6 anos no curso de medicina e 5 anos de economia.

Portanto conheço o pensamento de economia política que permeia as faculdades de Economia especialmente influenciadas pelo liberalismo dos anos 70 vindo dos Estados Unidos da América. Trabalhos e estudos na contramão desta doutrina liberal são esforços pessoais e com grande desconforto de professores. Então todo mundo sai com o canudo recheado das “expectativas racionais” dos agentes capitalista.

Nestas expectativas reside todo o arcabouço de decisões que resultariam sempre em benefício da sociedade e do futuro. A racionalidade advinda de uma suposta “capacidade dos indivíduos e das empresas de sempre obter a melhor avaliação do futuro.”

Acontece que se evidencia um erro filosófico na expectativa desta racionalidade. São decisões do presente que constroem o futuro de modo que o futuro avaliado é a sucessão destas decisões. Como foi exemplificado nos dois casos da iluminação elétrica e das especulações em bolsa.

Então a racionalidade (faculdade de raciocinar, de apreender, compreender, de julgar, deduzir etc.) no capitalismo é probabilística e ao mesmo tempo errática, uma vez que fundada na capacidade contínua de especular com o futuro. E mesmo que os agentes econômicos apreendam com as crises a especulação inerente será tão mais irracional quanto mais longe estiverem da última crise.

A psicologia humana mesmo que parte de um sistema físico que pode ser destrutivo como nas chamadas psicopatologias (que também é fruto da história das pessoas e não apenas de sua matéria) não naturaliza e nem explica os erros na economia política. Como já se juntou: são decisões políticas e lutas políticas que definem o modo de produzir, distribuir e consumir.


Por que estou falando nisso? Por ter os conhecimentos econômicos se tornados tão misteriosos enquanto na verdade são da essência da vida de cada pessoa, grupo e classe social.      

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