Um filme do passado, narrando a saga de Tomaz Edison para
iluminar as ruas de Nova York com lâmpadas elétricas incandescentes. Acontece
que os “barões” da iluminação a gás não deixavam pois perderiam seus negócios.
Agora ao presente.
Já perceberam a quantidade de pesquisas eleitorais
divulgadas uma atrás da outra, mais de uma vez por semana? Há uma forte
suspeita que especuladores na Bolsa de Valores conseguiram “agregar”
expectativas com os resultados das pesquisas eleitorais. Especulação no
presente e defesa dos seus negócios mesmo contra o progresso no exemplo do
passado.
Agora o arremate pois sei que poucos sabem mas já frequentei
os bancos de uma faculdade de Economia. Não cheguei ao canudo por risco de uma
derivada de oferta e procura consumir três expedientes numa longa jornada de 6
anos no curso de medicina e 5 anos de economia.
Portanto conheço o pensamento de economia política que
permeia as faculdades de Economia especialmente influenciadas pelo liberalismo
dos anos 70 vindo dos Estados Unidos da América. Trabalhos e estudos na
contramão desta doutrina liberal são esforços pessoais e com grande desconforto
de professores. Então todo mundo sai com o canudo recheado das “expectativas
racionais” dos agentes capitalista.
Nestas expectativas reside todo o arcabouço de decisões que
resultariam sempre em benefício da sociedade e do futuro. A racionalidade
advinda de uma suposta “capacidade dos indivíduos e das empresas de sempre
obter a melhor avaliação do futuro.”
Acontece que se evidencia um erro filosófico na expectativa
desta racionalidade. São decisões do presente que constroem o futuro de modo
que o futuro avaliado é a sucessão destas decisões. Como foi exemplificado nos
dois casos da iluminação elétrica e das especulações em bolsa.
Então a racionalidade (faculdade de raciocinar, de
apreender, compreender, de julgar, deduzir etc.) no capitalismo é probabilística
e ao mesmo tempo errática, uma vez que fundada na capacidade contínua de
especular com o futuro. E mesmo que os agentes econômicos apreendam com as
crises a especulação inerente será tão mais irracional quanto mais longe
estiverem da última crise.
A psicologia humana mesmo que parte de um sistema físico que
pode ser destrutivo como nas chamadas psicopatologias (que também é fruto da
história das pessoas e não apenas de sua matéria) não naturaliza e nem explica
os erros na economia política. Como já se juntou: são decisões políticas e
lutas políticas que definem o modo de produzir, distribuir e consumir.
Por que estou falando nisso? Por ter os conhecimentos
econômicos se tornados tão misteriosos enquanto na verdade são da essência da
vida de cada pessoa, grupo e classe social.
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