No inicio do ano de 1965, um comentarista esportivo de uma emissora de rádio de Salvador, conhecido por Cléo Meireles, torcedor fanático do Bahia e por isso mesmo critico feroz do rival Vitória, foi violentamente surrado, segundo "diz que me diz", por ordem de dirigentes do Vitória. O fato gerou uma crise no futebol baiano, com a proibição de jogos de clubes locais pela Conselho Nacional de Desportes até a apuração dos fatos. Entretanto os clubes baianos estavam autorizados a realizarem partidas amistosas. Mas houve uma unânime omissão de toda crônica esportiva, que nada noticiava sobre os amistosos que os clubes baianos realizavam, nem mesmo sobre o campeonato estadual, quando esse foi reiniciado.
A atitude tomada pela crônica esportiva gerou um esvaziamento das arquibancadas. Mas colocava em risco o emprego de muitos que dependiam do futebol para continuarem no rádio e jornal. Não tardou que uma saída honrosa fosse encontrada. Promoção semanal de jogos com equipes do Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte e Porto Alegre, todas às quintas-feiras, seguida de um bingo, cujo premio era um automóvel fusca zero km.
Naquela época, eu cursava o 2° ano do Curso Científico no Colégio Central da Bahia, distante do Estádio da Fonte Nova pouco mais de um quilômetro e meio, quando muito. Morava com uma tia, que comprava os cartões dos bingos e pedia que eu fosse marcar. Graças a isso, mesmo tendo que marcar o bingo após as partidas até duas horas da madrugada, pude assistir a jogos do Santos, São Paulo, Vasco da Gama, Flamengo, Botafogo, Fluminense, Cruzeiro, Palmeiras, Grêmio, Portuguesa de Desportos, enfim, somente times de ponta. Oportunidade que tive de ver jogar os consagrados campeões Pelé, Belinni, Mauro, Tostão, Piazza, Raul, Jairzinho, Gerson, e tantos outros craques. O jogo que mais me impressionou foi a partida Santos X Cruzeiro. Havia chovido e o campo estava muito molhado. Dava gosto ver a tabelinha de Pelé e Coutinho, sempre municiados pelo jogador de meio campo Mengálvio, alto, magro e muito elegante. O restante dos jogadores dos Santos estavam com as camisas todas encharcadas de lama. Somente Mengálvio estava impecavelmente limpo.
A promoção executada pelos profissionais da imprensa esportiva quase falia os clubes baiano. Mas foi um grande exemplo como os meios de comunicação usam a enorme força de que são possuidores, força essa que pode ser construtiva, mas muitas vezes destrutiva. A Rede Globo sabe bem como usar essa força, eleger quem ela quer e derrubar num golpe qualquer presidente. O exemplo de Fernando Collor de Melo jamais deverá ser esquecido.
Por Carlos Eduardo Esmeraldo
A atitude tomada pela crônica esportiva gerou um esvaziamento das arquibancadas. Mas colocava em risco o emprego de muitos que dependiam do futebol para continuarem no rádio e jornal. Não tardou que uma saída honrosa fosse encontrada. Promoção semanal de jogos com equipes do Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte e Porto Alegre, todas às quintas-feiras, seguida de um bingo, cujo premio era um automóvel fusca zero km.
Naquela época, eu cursava o 2° ano do Curso Científico no Colégio Central da Bahia, distante do Estádio da Fonte Nova pouco mais de um quilômetro e meio, quando muito. Morava com uma tia, que comprava os cartões dos bingos e pedia que eu fosse marcar. Graças a isso, mesmo tendo que marcar o bingo após as partidas até duas horas da madrugada, pude assistir a jogos do Santos, São Paulo, Vasco da Gama, Flamengo, Botafogo, Fluminense, Cruzeiro, Palmeiras, Grêmio, Portuguesa de Desportos, enfim, somente times de ponta. Oportunidade que tive de ver jogar os consagrados campeões Pelé, Belinni, Mauro, Tostão, Piazza, Raul, Jairzinho, Gerson, e tantos outros craques. O jogo que mais me impressionou foi a partida Santos X Cruzeiro. Havia chovido e o campo estava muito molhado. Dava gosto ver a tabelinha de Pelé e Coutinho, sempre municiados pelo jogador de meio campo Mengálvio, alto, magro e muito elegante. O restante dos jogadores dos Santos estavam com as camisas todas encharcadas de lama. Somente Mengálvio estava impecavelmente limpo.
A promoção executada pelos profissionais da imprensa esportiva quase falia os clubes baiano. Mas foi um grande exemplo como os meios de comunicação usam a enorme força de que são possuidores, força essa que pode ser construtiva, mas muitas vezes destrutiva. A Rede Globo sabe bem como usar essa força, eleger quem ela quer e derrubar num golpe qualquer presidente. O exemplo de Fernando Collor de Melo jamais deverá ser esquecido.
Por Carlos Eduardo Esmeraldo
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