por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



sábado, 29 de março de 2014

50 ANOS DO GOLPE DE 64



“Goulart e as forças que o apoiavam podem ter cometido erros. Tais erros constituíram meros pretextos para o golpe, cujo objetivo real era a liquidação do movimento popular. A tomada de consciência que se verificava em grandes parcelas da população revoltadas contra a miséria em que vive a maioria do nosso povo, começava a pôr em perigo os privilégios de uma minoria e os interesses dos  grande grupos econômicos internacionais. O golpe foi desferido em defesa desses monopólios, embora contasse com o apoio de pessoas e de instituições que nada tem a ver com eles."
O texto acima consta de uma carta escrita em 1967, de Argel, para um amigo do Rio de Janeiro.

A "Avianca", de novo - José Nilton Mariano Saraiva

Em São Paulo, ontem, uma aeronave da Avianca fez um “pouso de barriga”, e a transcrição da conversa do piloto com a torre de controle, exibida no Jornal Nacional, nos mostra que o problema foi mecânico – travamento do trem de pouso dianteiro. Evidentemente, todos correram perigo, sim senhor. Tanto é que além de despejar o combustível fora, a fim de evitar um possível incêndio de proporções inimagináveis no decorrer do pouso forçado, o comandante também pediu que os bombeiros ficassem de prontidão.

Aqui em Fortaleza, também ontem, a torre do aeroporto internacional Pinto Martins foi acionada por um outro piloto da Avianca a fim de preparar o pessoal em terra para um possível pouso de emergência (que findou não acontecendo).

São recorrentes tais situações com os aviões da empresa Avianca (possivelmente em razão de falhas na manutenção), tanto é que permitimo-nos transcrever uma nossa postagem de 30.12.11, relatando um “pouso complicado” (éramos um dos passageiros), da mesma Avianca, em Juazeiro do Norte. E já alertávamos, naquela oportunidade, que no nosso entendimento o problema fora o trem de pouso dianteiro. Vejam abaixo:

Pouso complicado - José Nilton Mariano Saraiva (3012.11)


Estamos no Crato a fim de curtir as "passagem/chegada" de ano. Como só decidimos vir aos 45 do segundo tempo, evidentemente que não mais encontramos passagem na privatizada e sofrível empresa "Guanabara", daí a opção obrigatória pela empresa aérea Avianca.

Já na saída, quando a aeronave era empurrada pra trás por um daqueles carrinhos que se prestam para esse tipo de serviço, notamos um barulho estranho na parte inferior do avião, como se alguma coisa estivesse emperrando as rodas. Já no ar, no momento do recolhimento do conjunto do trem de pouso/decolagem, novamente o barulho estranho. 

Com decolagem às 08:55 hs e previsão de pouso às 09:45 hs, o voo foi uma tranquilidade e de uma pontualidade britânica. 

Anunciado o pouso, todos se postaram como recomendam os manuais, com relação à posição do poltrona, uso do cinto de segurança, aparelhos eletronicos e por aí vai. E aí pintou o imprevisto, aquilo que nenhum passageiro de avião quer que aconteça, porquanto apavorante; na hora em que as rodas traseiras tocaram o solo, provocando o atrito com o asfalto, decorreram alguns milésimos de segundos e o avião arremeteu, com força, e paulatinamente ganhou altura (isso depois da aenonave ter tocado o solo).
O silêncio foi sepulcral, e nas faces dos passageiros imediatamente instaurou-se um misto de surpresa e horror; e haja gente rezando, outros com cara de choro, outros com os olhos fechados como se estivessem pressentindo algo desagradável.

Depois de dois ou três angustiantes minutos sem nenhuma comunicação, eis que ressoa a voz do comandante pedindo desculpas, que houvera tido um pequeno problema, mas que dentro de dois minutos a aeronave faria o pouso. 

Quando finalmente a terra firme se fez presente, o alívio foi generalizado e todos se perguntavam entre si o que teria havido. Como ninguém indagou nada a tripulação (falta de coragem, medo de permanecer mais uns segundo ali dentro ???) na passagem ousamos encará-los, e aí, indagamos: "O que houve no pouso, causando o arremate; algum problema mais sério ???" (lembram do barulho estranho ao qual nos referimos, quando da saída de Fortaleza ??? Será que o avião da Avianca voou com problemas, só pra cumprir horário ???).

O "sorriso amarelo" dos mesmos denunciava que sim, tanto que a resposta foi aquela que também deve constar dos manuais: problemas com o vento e por questão de segurança preferimos arremeter.
A pergunta é: aqui, na Região do Cariri, nessa época do ano as correntes de vento são tão fortes assim, capazes de impedir o pouso de uma aeronave que pesa toneladas ??? Ou teria havido alguma mancada, algum erro de avaliação dos pilotos ??? Ou será que o trem de pouso dianteiro emperrou na hora do pouso ??? (particularmente entendemos que sim). E o "estado de espírito" dos passageiros que se dirigiam a São Paulo, e que tiveram que ficar na aeronave, como ficou ??? A Avianca emitirá algum "comunicado" relatando para o público a ocorrência ???

De nossa parte, estamos a cumprir a nossa cidadania, colocando publicamente o terror experimentado por todos os passageiros do voo 6377, da Avianca, no percurso Fortaleza-Juazeiro, no dia 30.12.2011.

Estamos tentando manter contato com a TV Verdes Mares e Jornal O POVO a fim de que cobranças sejam feitas à empresa. Se alguém puder noa ajudar, fornecendo e-mail ou telefone, agradecemos desde já.




sexta-feira, 28 de março de 2014

Chumbo grosso




            Querer-se livre é também querer livres os outros.

                                               No finalzinho deste mês de março, há um aniversário que não tem convidados e nem merece comemoração.  Meio século do início da Ditadura Militar no Brasil ! Faço parte de uma geração profundamente marcada pelo peso daqueles tempos de chumbo. Estudantes e Sindicalistas caçados  nas cidades e nos campos, como se fossem animais selvagens. Tortura instalada, oficialmente, como instrumento de coerção e obtenção de informações. Congresso fechado, eleições suspensas. Só existia uma verdade única e indiscutível : aquela cuspida pelos coturnos dos governantes. A censura se infiltrou em todas as formas de Arte e em todos os meios de comunicação.  Dedos-duros espalharam-se por todos os recantos : escolas, universidades, trabalhos, ruas e qualquer atitude considerada suspeita era motivo para denúncia,  prisão e tortura. Mofava-se no cárcere sem sequer saber de que se era acusado.  Como se costumava dizer na época , a partir de duas pessoas juntas,  consideravam Concentração e se sobrepassasse  três : Passeata.  Este período de choro e ranger de dentes durou a eternidade de vinte e um anos. Mais de dois mil brasileiros, simplesmente, morreram ou desapareceram como por  encanto. Milhares foram detidos e torturados.
                                   As novas gerações que, felizmente, não tiveram que sobreviver entre as sombras, não têm uma idéia cristalina dos tempos libertários que ora desfrutamos. Tudo parece simples, natural, perfeitamente corriqueiro. Colhemos os frutos da árvore da liberdade , sem nem perguntar quem plantou a semente, quem combateu as pragas  e quem  regou a plantinha.  Sua seiva nutriu-se do sangue que escorria dos paus-de-arara e dos gritos sufocados nos porões dos DOI-CODI. Tive amigos mortos e muitos presos  neste período , lutavam por um mundo melhor para seus filhos e descendentes.
                                   Para nosso espanto, recentemente, alguns saudosistas destes tempos que ainda  tentamos esquecer, tentaram reviver a famosa “Marcha pela Família, com Deus e pela Liberdade” , acontecida em 19 de Março de 1964. Esta Marcha criou o clima propício para o Golpe Militar que , desfazendo completamente seu lema : destruiu famílias, ceifou a liberdade e se afastou de Deus. Quatro gatos pingados, agora, em vários pontos do país ( no Ibirapuera reuniram-se apenas seis pessoas e em Recife, sete) mostraram-se órfãos daqueles tempos de exceção. Estamos em pleno exercício de uma ampla Democracia e, isto, certamente, deixa com pruridos em alguns poucos que se beneficiaram das sombras e do chumbo. Acostumados às regiões abissais , o brilho do sol lhes cega e entontece. São pessoas que , dia a dia, se põem contra uma pretensa ditadura cubana e venezuelana, mas que sonham ,quase orgasticamente,  com o retorno do reino da chibata e do pau-de-arara para o país.
                                   O Brasil , nestes trinta anos de Redemocratização,  desenvolveu-se como nunca na sua história. Temos um país forte no cenário internacional, mantemo-nos estáveis economicamente, mesmo ante toda a crise do Capitalismo Mundial e minoramos chagas históricas como Baixo Salário, Distribuição de Renda, Desemprego, Casa Própria, Analfabetismo, Desnutrição e Mortalidade Infantis. Os desafios, claro, ainda são enormes, numa Nação sugada por quase quatro séculos de Colonialismo. O caminho, porém, difícil e tortuoso, já temos traçado e ele é todo pavimentado com os ladrilhos da Liberdade e da Democracia.

Crato, 28/03/14

2014 - José Nilton Mariano Saraiva

O ano (2014) é eleitoral e em jogo se acha a própria Presidência da República (afora, parte do Senado e a Câmara dos Deputados). E como a presidenta Dilma Rousseff já desponta nas pesquisas como favorita à reeleição, a hora é de jogo bruto, sujo, duro e pesado por parte dos que não se conformam com o fato do Brasil figurar hoje como uma das cinco potencias emergentes do mundo (Rússia, Índia, China e África do Sul são as demais componentes desse restrito e privilegiado grupo). A ordem, pois, é bagunçar o coreto, apostar no quanto pior melhor, atanazar a vida dos que estão no poder, mostrar números negativos e até esquecer que de 2003 até aqui o governo catapultou da miséria cerca de 40 milhões de pessoas, inserindo-as socialmente.
Pois bem, agora a bola da vez é a Petrobrás, uma das maiores empresas do mundo no ramo petrolífero, orgulho de todos nós, porquanto detentora da sofisticada tecnologia de extração do mineral em águas ultra-profundas. Daí a descoberta das fabulosas jazidas do pré-sal nos “subterrâneos” do Oceano Atlântico, de onde hoje extraímos 415 mil barris/dia (mas isso é só o começo).
Sabe-se, de outra parte, que para viabilizar tão espetacular projeto, algumas medidas pontuais foram tomadas, que desagradaram certos segmentos, a saber: 01) a “privatização” (doação) tão comum na época da “tucanalhada”, foi substituída pela concessão e, ainda por cima, em regime de partilha (para os incautos, que tendem a se deixar confundir pelos de má-fé (alarmistas de plantão), o  “babado” é o seguinte: privatização representa a entrega definitiva do patrimônio, sem nenhuma chance de retorno; concessão é única e tão somente a cessão por tempo determinado, com retorno garantido em certa época). Em português curto e grosso, o patrimônio continua nosso; 02) num empreendimento de tamanha magnitude, urge obter-se recursos na banca internacional, daí a necessidade de se contrair empréstimos vultosos, lá fora. Que – atentem para o detalhe - só são aprovados e concedidos se o país, e a empresa em particular, tiverem capacidade de endividamento, reputação comprovada e um produto final viável e que garanta o retorno sem maiores traumas.

E aí os números da Petrobrás são impressionantes, desmoralizando os que insistem em descredenciá-la. Capitalização: em 2010, realizou a maior capitalização da história (U$ 70 bilhões), com o objetivo de explorar a camada do pré-sal. De 2013 até hoje, obteve no mercado U$ 8,5 bilhões; 3,05 bilhões de euros e 600 milhões de libras esterlinas. Valorização: para este ano, grandes corretoras com a Santander, Safra e outras, apostam no potencial de valorização de 68 empresas na bolsa. Destas, só 07 ultrapassam os 50%. A estimativa da Petrobras é de 54%. Balanço: se partirmos para comparar o balanço contábil da Petrobras com quatro grandes rivais internacionais – Exxon Mobil, Shell, Chevron e BP – a verdade é um tanto quanto decepcionante para os arautos do caos, a saber: Lucro - a Petrobras, de 2012 para 2013, avançou 1%, em dólar, enquanto Exxon caiu 27%, Shell recuou 35%, Chevron perdeu 18% e apenas a BP avançou. Expansão - entre os anos 2006 a 2013, a Petrobrás foi a única que expandiu a produção (11%), enquanto as outras caíram ou ficaram no lugar: Exxon (-1%), Shell (-8%), Chevron (0%) e BP (-18%). Investimentos - das cinco, a Petrobras foi a que mais cresceu - 228%, contra 114% da Exxon, 85% da Shell e 152% da Chevron.

Assim, resta comprovado que em razão do ano 2014 ser um ano eleitoral, a ordem é tentar desestabilizar o Governo e derrubá-lo nas pesquisas (se possível já), pois o tempo flui rápido; e nada mais apropriado para tal mister do que o ataque desnecessário, especulativo e violento que se desenvolve atualmente à Petrobras.


O resto é perfumaria barata, de quinta categoria. 

Duro Castigo - Por Carlos Eduardo Esmeraldo

A história que abaixo narrarei me foi contada por uma amigo engenheiro paraibano, já falecido. Considero-o que era um cidadão acima de qualquer suspeita e portanto uma pessoa digna de crédito, embora o fato por ele contado é de fazer tremer qualquer defensor dos direitos humanos.

Na época da ditadura Vargas, existia um interventor na Paraíba, figura equivalente a de governador, pessoa de confiança do chefe supremo da nação, nomeado conforme os compromissos com o regime imposto no chamado Estado Novo. Tratava-se o interventor de homem bastante culto, pai de escritor de renome e ele também escritor e autor de vários livros, um dos quais muito usado pelos vestibulandos nos dias de hoje. Não obstante esses atributos, o interventor era intolerante com a violência, roubos e qualquer tipo de indisciplina. Além do mais era austero nas punições que mandava aplicar.

 Num período em que todos os direitos dos cidadãos estavam suspensos, as famílias do estado da Paraíba vinham sofrendo uma onda de assaltos e roubos em suas residências. As prisões do estado estavam todas superlotadas. Então o interventor resolveu encomendar um barco que comportasse no mínimo cem pessoas.

Recebido o barco, o interventor ordenou ao chefe de polícia que escolhesse cem presos para um passeio marítimo. Em alto mar, cada preso recebia um crachá com número variando de 01 a 100, colado ao pescoço por um grosso cordão, tal qual os funcionários das repartições públicas. Numa área bem distante do continente, onde só se via água e o azul do horizonte, o grupo era reunido e comunicado de que seria realizado um sorteio. Aquele que possuísse o número sorteado deveria se apresentar ao capitão para receber o premio do passeio.

Realizado o sorteio, dois ou três guardas pegavam o sorteado e o atiravam ao mar. Após isso, o barco retornava ao porto, onde os 99 restantes eram solenemente recepcionados pelo interventor.
-  "Vocês viram o que acontece com malfeitores e aqueles que desobedecem a lei? Pois vocês serão soltos. Voltem para seus estados e digam aos seus colegas como é que os marginais são tratados aqui na Paraíba. Os que forem daqui evitem um novo passeio marítimo para não correr o risco de serem sorteados". - Avisava o interventor.

O meu amigo acrescentou que após poucos meses, a tranqüilidade retornou às famílias paraibanas, e muitas delas dormiam com portas e janelas  abertas, pois nada era roubado. 

Pessoalmente não concordo com esses métodos dignos das ditaduras mais cruéis que não respeitam a vida como um dom de Deus.

Devemos refletir nos males que uma ditadura faz às pessoas, principalmente à nossa dignidade de pessoa humana. E procurar evitar que algum dia voltemos a um novo período ditatorial.

Por Carlos Eduardo Esmeraldo

quinta-feira, 27 de março de 2014

Os "sem nome" - José Nilton Mariano Saraiva

Através de pesquisas pacientes e exaustivas, nos revela o historiador cratense (da agradabilíssima Ponta da Serra) Antonio Correia Lima, num dos blogs da Região do Cariri, duas descobertas importantes (no campo da genealogia e religião), porquanto emblemáticas da porção charlatã e mitômana de Cícero Romão Batista: 1) que, ele mesmo (Cícero Romão) tratou de fraudar a própria data de nascimento, anunciado-a como se fora no dia 24 e não 23 de março; e, 2) que, por decisão autocrática, insistiu, persistiu, fincou pé e continuou celebrando batizados fajutos (cópias das certidões foram disponibilizadas no blog), porquanto mesmo depois de ter as ordens suspensas pela Igreja Católica.

Ora, em sendo a certidão de nascimento o único documento comprobatório por excelência da vinda ao mundo do ser humano, pelo menos em termos jurídico-religiosos, uma certidão baseada em informações prestadas por alguém inabilitado, descredenciado e desprovido de autoridade moral e institucional para tal não teria nenhum valor oficial e, por conseqüência, legalmente aqueles que receberam sua benção não existem.


E aí surgem dúvidas assaz pertinentes e de uma consistência difícil de ser questionada: afinal, se a pobre coitada da Maria de Araújo ficou conhecida como “a mulher sem túmulo” (porque deram um jeito de “sumir” mais que depressa com os seus restos mortais, por temor que, se exumados a posteriori eclodisse a verdade e, conseqüentemente, o tal “milagre da hóstia” restasse implodido e desmoralizado), poderíamos rotular os cratenses que foram batizados por Cícero Romão Batista como os “sem nome” ??? Ou será que naquela época qualquer mortal-comum (e até prova em contrário essa era a sua condição momentânea e que, alfim, restou definitiva) podia sair por aí distribuindo a benção batismal a torto e a direito, à revelia da Igreja Católica ??? Mas, se assim era, pra que firmar um documento que nada valia e pra nada servia ??? E mais: por qual razão as instalações da Catedral da Sé foram irregularmente disponibilizadas à homilia e demais atos de alguém não credenciado e proibido de fazê-lo, e que buscava unicamente beneficiar-se ??? 

Com a palavra o pesquisador-historiador Antonio Correia Lima. 

quarta-feira, 26 de março de 2014

Aniversaria no dia 28 de março, nossa amiga Rosineide Esmeraldo!

Rosineide  com as filhas Renata( noiva) e Fernanda


“Pra que encarar a vida de frente, se a poesia está no verso?”
Numa alternância natural vivemos o sonho na realidade.
É legítimo celebrar a vida. Fazer festa é reunir os afins.Explosão de emoções. È partilhar alegrias.
Rosineide é uma estrela em nossas vidas. Fascina com a doçura de  um sorriso.
Quando a conheci, no final dos anos 50, ela brilhava num trono de rainha. Rainha da festa de Nossa Senhora da Penha.
No início da década de sessenta este conhecimento tornou-se próximo. Adolescentes, nos tornamos colegas e amigas de classe.
Magicamente aquela menina linda, tornou-se a “miss”, entre as garotas da nossa geração e a musa dos garotos. E como se não  bastasse tanta beleza, encantava com sua voz  melodiosa, além de humor insuperável, quando imitava personagens do nosso convívio social ou afetivo.
Desde o exame de admissão ao ginásio, quando conquistou o primeiro lugar, destacou-se como uma das melhores alunas do Colégio São João Bosco.
Fomos participantes de uma turma inesquecível, sob a orientação de mestres especiais. Naquele ambiente sagrado, fadamos os nossos destinos.
Lembro com ternura a figura de Dona Maria Alice, sua mãe, que nos recebia na Rua Duque de Caxias com as melhores guloseimas, e os olhos atentos de uma mãe vigilante.
Para o nosso deleite, naquela casa, ouvíamos todos os lançamentos musicais- espelhos da época!
Ali estudávamos, aprendíamos a dançar, trocávamos confidências sobre os nossos primeiro interesses sentimentais.
Depois da partida de Dona Maria Alice, a rua ficou sem o seu rouxinol, e a nossa sala de aula, mais triste.
Rosineide mudou-se com o pai e irmãos para Fortaleza. Na época já conhecia o Dr. Ribamar, que veio depois a tornar-se seu esposo por 35 anos, até que a morte os separou. Aquela união foi abençoada com quatro filhos (dois casais), belos, e queridos como a mãe. Estava conquistada a sua completude maternal.
O tempo transforma a realidade, mas as amizades verdadeiras permanecem intactas!
Os caminhos se bifurcam ao encontro do futuro, mas o futuro promove reencontros. Neste novo século, resgatamos  junto à maioria dos colegas, a mesma  alegria e confiança conquistadas no passado, que parece ontem.
Rosinede continua deslumbrante e insaciável em termos de vida. Passear é o seu verbo preferido.Na verdade ela corre para o abraço da família e dos amigos.
Parabéns, amiga querida! Você merece todos os tragos de felicidade, eternidade afora.


"Escárnio"... é pouco - José Nilton Mariano Saraiva

Condenado pelo STF a 3 anos, 1 mês e 10 dias de prisão, por esterilização cirúrgica irregular de mulheres, o deputado federal Asdrubal Bentes (PMDB-PA), acaba de ser beneficiado por decisão do juiz Nelson Ferreira Júnior, da Vara de Execuções de Penas e Medidas Alternativas do Distrito Federal-DF; é que, em razão da pena original ser inferior a quatro anos, torna-se possível reverte-la para “prisão domiciliar”, como foi feito.

Agora, aqui pra nós, verdadeiro escárnio (ou prova inconteste da falência ou desatualização da nossa jurássica legislação penal) é o interstício (período de tempo) em que tal prisão ocorrerá: V.Excia não poderá ausentar-se de casa (é vero, senhores, acreditem) entre as 21 horas de um dia, às 05 horas da manhã do dia seguinte (ou seja, exatamente no momento em que todo ser humano se recolhe naturalmente para um justo descanso após um dia de labuta, o nosso nobre parlamentar também o fará, só que na condição de “preso”). Temos, então, um preso que cumprirá seu castigo ou pagará sua pena... dormindo em berço esplendido. E tudo de acordo com a lei.

Sugestão ao nobre Deputado: V.Excia bem que poderia, numa forma de mostrar “colaboração” para com a Justiça, “esticar” o próprio castigo, diariamente, levantado-se apenas algumas horas depois (ato contínuo, informando às autoridades competentes).   
      

Quem sabe, de repente tal ato será considerado “boa vontade” e a pena diminuída...   

domingo, 23 de março de 2014

O outro Brasil que vem aí - Gilberto Freire*

Eu ouço as vozes
eu vejo as cores
eu sinto os passos
de outro Brasil que vem aí
mais tropical
mais fraternal
mais brasileiro.
O mapa desse Brasil vem das cores dos Estados
terá as cores das produções e dos trabalhos.
Os homens desse Brasil em vez de cores das três raças
terão as cores das profissões e das regiões.
As mulheres desse Brasil em vez das cores boreais
terão as cores variantemente tropicais.
Todo brasileiro poderá assim dizer: é assim que eu quero o Brasil, todo brasileiro e não apenas o bacharel ou o doutor
o preto, o pardo, o roxo e não apenas o branco e semibranco.
Qualquer brasileiro poderá governar esse Brasil
lenhador
lavrador
pescador
vaqueiro
marinheiro
funileiro
carpinteiro
contanto que seja digno do governo do Brasil
que tenha olhos para ver pelo Brasil,
ouvidos para ouvir pelo Brasil
ânimo para viver pelo Brasil
mãos de escultor que saibam lidar com o barro forte e novo dos brasis
mãos de engenheiro que lidem com ingresias e tratores
  [ europeus e norte-americanos a serviço do Brasil]
mãos sem anéis (que anéis não deixam o homem criar nem trabalhar)
mãos livres
mãos criadoras
mãos fraternas de todas as cores
mãos desiguais que trabalhem por um Brasil sem Azeredos,
sem Irineus,
mãos Maurícios de Lacerda.
Sem mãos de jogadores
nem de especuladores nem de mistificadores.
Mãos todas de trabalhadores,
pretas, brancas, pardas, roxas, morenas,
de artistas
de escritores
de operários
de lavradores
de pastores
de mães criando filhos
de pais ensinando meninos
de padres benzendo afilhados
de mestres guiando aprendizes
de irmãos ajudando irmãos mais moços
de lavadeiras lavando
de pedreiros edificando
de doutores curando
de cozinheiros cozinhando
de vaqueiros tirando leite das vacas chamadas comadres dos homens.
Mão brasileiras
brancas, morenas, pretas, pardas, roxas
tropicais
sindicais
fraternais.
Eu ouço as vozes
eu vejo as cores
eu sinto os passos
desse Brasil que vem aí.

* O outro Brasil que vem aí. Gilberto Freire, 1926.
Publicado no Livro Talvez Poesia, Rio de Janeiro, José Olympio
Transcrito de Casa Grande e Senzala: Edição comemorativa dos 80 anos, com apresentação de Fernando Henrique Cardoso, Global, São Paulo, 2013 

segunda-feira, 17 de março de 2014

Lições de Bom Humor - Por Carlos Eduardo Esmeraldo

Com o infarte sofrido por Renato Aragão, nossas preces para que ele se recupere e volte a espalhar o bom humor dos trapalhões. O mundo precisa de alegria, no momento em que tantas noticias alarmantes são dadas com veemência pelos meios de comunicação. Aliás, eles se alimentam da desgraça. Quanto mais desastres, melhor, mais audiência, mais números de jornais e revistas serão vendidos. Então vamos lavar nossa alma com um pouco de bom humor. 

Relembrando o saudoso personagem Zacarias de "Os Trapalhões", adentrando numa loja de material de construção e pedindo ao balconista:
- Eu quero 1.000 torneiras.
- Puxa, Zacarias, você está construindo? - Quis saber o vendedor.
- Não, venho do médico e ele disse que eu tenho miopia!

Mas um dos maiores humoristas cearenses foi o famoso Quintino Cunha. Nascido em Itapagé - CE, além de humorista nato  e poeta, foi também advogado criminalista. Seu filho Plautus Cunha registrou em livro várias histórias engraçadas do espírito de humorista do cotidiano de seu pai:

*Quintino quando criança encontrava-se em Baturité. Ao vê-lo, um padre pediu que lhe ensinasse onde ficava o correio:
 - Dobre na primeira rua à direta, depois entre à esquerda e chegará numa praça onde encontrará um prédio bem grande. É lá! - E o padre admirado com a esperteza do garoto, ofereceu-se para lhe ensinar o catecismo.
- Para que? -  Indagou Quintino
-  Para lhe ensinar o caminho do céu! - E prontamente Quintino respondeu:
-  O senhor não sabe nem o caminho do correio...!

* Na campanha política de Nilo Peçanha para presidente e J.J. Seabra para vice-presidente, Quintino ironizava:
- "O Brasil está despedaçado: precisa um Nilo, ainda que depois Seabra"
* Num tribunal de júri, seu opositor afirmou:
- "Eu estou montado na lei".
 - "Pois é muito imprudência montar num animal que não conhece!"
* Certa vez caminhava pelas ruas de uma cidade do sul do Ceará ao lado de um sacerdote muito querido pela população, quando um romeiro se aproximou e deu ao padre uma nota de 10 mil reis, que ele colocou em um dos bolsos. Logo mais à frente um pedinte estendeu a mão para o padre e ele deu uma moeda. E comentou com Quintino:
- Está vendo como é: aqui o dinheiro entra por um bolso e sai pelo outro. - Afirmou o padre.
- E já sai trocado! - Emendou Quintino.

Para finalizar, uma que me contaram há alguns anos, cuja autoria eu não sei, mas me passaram como sendo do Barão de Itararé, um humorista que fez muito sucesso no inicio do século XX.
* Um deputado discursava na câmara, quando um outro o aparteou:
- "Me parece que o assunto não é bem assim..." 
- " O Senhor está assassinando o português, não se deve começar um período  com o pronome à frente do verso." - Ensinou o deputado que discursava.
- "E como é o certo? - Quis saber humildemente o deputado que errou.
- O senhor deveria dizer, parece-me."
- Como é o nome de vossa excelência?
- Teixeira Coelho! - Respondeu o orador
- Desculpe, mas o senhor também está errado, deveria dizer: "Cheira-te Coelho!

Por Carlos Eduardo Esmeraldo

Nota: Parte das citações atribuídas a Quintino Cunha foram por mim adaptadas de um texto de autoria de Dagmar Chaves, publicado na Revista Itaytera, N° 37 edição de 1993, páginas 180 e 181. As demais do livro de Plautus Cunha lido por mim há mais de 50 anos.

sábado, 15 de março de 2014

AMIZADE - (MARCOS VALLE / MAURICIO MAESTRO)

Amizade é dom que não se aprende, não
Bate de repente, quando a gente estende a mão
Bem maior que o amor
Muito mais que a paixão
Vem do fundo do coração
Amizade nasce por qualquer razão
Quando a gente vê já pode ser irmão
Tanto faz, qualquer cor,
Toda fé ou nação
Tudo bem, tudo tem perdão
Nessa vida breve há quem só carregue
Rancor e desilusão
É via de regra pra quem se apega
A um amor que durou demais
Mas que busca abrigo num peito amigo
Nas horas da solidão
Pode estar bem certo que um peito aberto
É onde se encontra a paz
Amizade é flor que não machuca a mão
Não carrega espinhos
Só beleza em seu botão
É assim sempre foi
Para sempre será
É sem fim nunca vai mudar
É assim sempre foi
Para sempre será
É sem fim, sempre vai durar

Fonte: CD Amizade, Boca Livre (2013)


Para todos amigos de ontem, hoje e sempre

Aloísio

quinta-feira, 13 de março de 2014

"Constrangimento" - José Nilton Mariano Saraiva

Pronto, agora tá sacramentado, não tem mais jeito. Patrícia Sabóia (ex-esposa do senhor Ciro Gomes) foi oficialmente designada pelo cunhado-governador (Cid Gomes) conselheira do Tribunal de Contas do Estado do Ceará. Mesmo não tendo a qualificação devida e necessária (passa longe, mas muito longe disso) chegou lá. E muito embora a indicação haja sido chancelada pela Assembléia Legislativa do Estado, dúvidas inexistem de que o cunhado-governador e o ex-marido tenham tido papel determinante ao longo de todo o processo, influindo decisivamente pra que os (sofríveis) Deputados Estaduais aliados votassem favoravelmente a matéria.

Em assim sendo, como a função é vitalícia, o senhor Ciro Gomes não precisa se preocupar mais com o futuro da família, nem em ter que pagar pensão algum dia: “ad eternum”, está assegurado à improdutiva Patrícia Sabóia (relação “custo X benefício” durante sua trajetória política) um “salariozinho” nada desprezível de cerca de R$ 26.000,00 (vinte e seis mil reais) mensais, a preços de hoje. É mais um (dentre tantos) escândalo do Governo Cid Gomes, que vive mergulhado nos esgotos da vida já há um bom tempo.

Agora, o estranho nisso tudo é que a mídia do Ceará nada questiona e nada denuncia, vestindo-se de um silencio sepulcral e constrangedor, como se não fosse sua obrigação procurar esclarecer à população fatos duvidosos. Por qual razão, por exemplo, não publicar o nome dos Deputados Estaduais que votaram a favor de tamanha excrescência ??? Ou, ainda, pelo menos lembrar ao distinto público que a nova conselheira ficou conhecida em todo o mundo em razão de um fato deveras desabonador, quando, na condição de Senadora da República, durante um vôo internacional Brasil-Itália, literalmente obrigou o calejado e experiente piloto a solicitar, lá de cima, que a polícia italiana, cá embaixo, a detivesse para averiguação no momento do pouso (o que foi feito), em razão de ter-se portado de forma inconveniente e não recomendável, dentro do avião, juntamente com uma companheira de viagem (afinal, qual a razão de estarem tão agitadas ???).


Assim, partindo-se do pressuposto de que premissas básicas para ser guindado à função de “conselheiro” de um desses tribunais, além do “douto saber” é que o pretendente deve ter conduta ilibada e acima de qualquer suspeita, chega-se à conclusão que a nova integrante daquele colegiado não atende a nenhum desses predicados, daí o porquê da “excrescência”.  

Uma mulher "diferenciada" - José Nilton Mariano Saraiva

Defensora e ativa participante das causas ambientais, com apenas 38 anos de idade, mãe de 03 filhos biológicos e 03 adotivos, de uma beleza ainda fulgurante, casada com um dos homens mais desejados pelas mulheres (Brad Pitt), rica, poderosa e invejada, a (razoável) atriz Angelina Jolie se destaca pelas atitudes ousadas e a coragem de externá-las publicamente.

Assim é que, dias atrás, surpreendeu meio mundo e mais a outra banda, ao anunciar que, preventivamente, iria submeter-se a uma cirurgia para retirada das mamas, porquanto portadora de uma disfunção genética capaz de causar-lhe a mesma doença que houvera levado sua mãe a óbito, anos atrás. Era ela, pois, estatisticamente, uma candidata em potencial a contrair a mesma moléstia (embora ainda não houvesse se manifestado).

Ora, a amputação de qualquer membro ou parte do corpo humano é algo que tende a marcar de forma traumática os que têm de enfrentar tal ato, normalmente levando-os a um estado depressivo acentuado no pós-operatório; e especialmente para uma mulher bela e jovem, a descoberta da possibilidade da ocorrência do câncer de mama, com a conseqüente retirada das mesmas, deve ser algo doloroso ao extremo. Tanto que, muitas das que se submetem a isso guardam a sete chaves tal segredo. Só os mais íntimos tomam conhecimento.

E aí, o “diferencial” entre Angelina Jolie e as demais mulheres. Por entender que em sendo uma figura pública tinha que dividir com os fãs suas alegrias e tristezas, sucessos e desilusões, botou a boca no mundo e cientificou-os a respeito do seu drama. Sem maiores traumas e contando com o apoio do marido famoso.

Se tal atitude só fez crescer a admiração e o respeito de todos para com ela, eis que novamente ela surpreende ao agora anunciar a retirada dos ovários, e pelo mesmo motivo – simples prevenção.


É ou não é uma mulher "diferenciada" e merecedora de encômios ???  

quarta-feira, 12 de março de 2014

Geléia Geral




J. Flávio Vieira


Cecília Melo e Castro
“Metamorfose”


                        Cecília Melo e Castro é uma artista plástica portuguesa, de vanguarda,   que trabalha com Infopintura, Ciberarte, Arte Fractal e Videoarte. Além de poetisa com três  livros publicados. Procedente de Estoril – agregada anteriormente ao Concelho de Cascais – Cecília  possui ainda uma profícua carreira universitária, tendo se aposentado após trinta anos de docência. Como pintora, ela soma, no currículo,  inúmeras premiações  internacionais, como o ArtMajeur Silver Award e o Prêmio UNESCO para Artes Eletrônicas. Pois bem, separados por todo um oceano , eis que , em pleno Carnaval, recebo um contato da ilustre artista portuguesa, através das redes sociais. Ela, delicada,  mas incisivamente, reclamava, com todas as razões desse mundo, da utilização que fiz de um dos seus belíssimos quadros (“Metamorfose”) , em um dos frontispícios de  meus artigos, sem sua expressa autorização e, mais: sem sequer ter lhe dado os devidos créditos pela obra exposta.  O artigo tinha sido publicado em diversos blogs da região, mas ela  captou  a apropriação indébita no Blog do Crato e me solicitou que fosse procedida à necessária identificação do autor e da obra.

                    Cecília trouxe à baila um assunto do dia  em tempos de Aldeia Global. A possibilidade de disseminação ampla da comunicação, proporcionada pelo Internet e afins, traz, consigo,  incontáveis efeitos colaterais.  Jogados (  textos, imagens, pinturas, vídeos, fotos)  num mesmo canyon , passa a ser propriedade, aparentemente,  de todos, perdendo-se o direito autoral, a identificação do autor e da obra. Tudo passa a fazer parte de uma imenso pântano , cada qual se sentindo no direito de pescar o que melhor lhe aprouver, achando-se, a partir daquele momento, proprietário da pesca e, muitas vezes, seu autor. Não bastasse isto, estabeleceu-se até o contra plágio, uma espécie de cyberbulling , quando frases , citações e poemas de gosto duvidosíssimo são pespegados na autoria de artistas famosos, alguns, já falecidos, sem lhes ser dado , pois, o direito da legítima defesa. Agora mesmo, abre-se enorme polêmica, a nível mundial, com a digitalização em massa de obras literárias, tantas e tantas vezes ferindo o direito autoral. A Internet trouxe , como irmã siamesa, a aparente impessoalidade, quebrando-se todas as regras históricas da autoria e da privacidade.  Para que criar,  se basta copiar e colar ? A nossa pintora, que transita , diretamente, com a Video e a Cibearte, mais que  ninguém, deve sofrer , na pele,  as freqüentes e contínuas conseqüências  dessa tendência  ao amorfismo  e à geléia geral . Fácil depreender daí, de onde brotam sua ansiedade e  inquietação.

                    Cecília Melo e Castro está coberta de razão quando clama pelos créditos às suas obras.  No fundo, se percebe, claramente, que esta tendência moderna à uniformização , à quebra da individualidade das pessoas e das coisas,  é um caminho perigoso e movediço. Quando tudo estiver perfeitamente uniformizado, quando já não houver aparente distinção entre uma e outra pessoa, todos seremos perfeitamente descartáveis e substituíveis. São Francisco será igual a Hitler, Fernando Pessoa equivalente a qualquer poeta de ponta de rua. O que faz bonita e resplandecente  a aquarela da vida são suas infinitas  cores e nuances  e não a tela branca, lívida e estática.

 

Crato, 10/03/14