por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Edelson Diniz – Mais incentivos para as artes visuais


Artista que despontou nos Salões de Outubro na década de oitenta no Crato, Edelson Diniz  tem propriedade no que faz e fala. Criativamente inquieto, tem um trabalho que nos remete a cultura e a religiosidade popular. Para o artista, no Cariri existe uma produção de qualidade, mas alerta que o campo das artes visuais precisa de incentivos para  qualificar e difundir o que se faz por aqui.      

Alexandre Lucas - Quem é Edelson Diniz?

Edelson Diniz - Pra ser sincero, acho estranho dizer quem eu sou, sou estado de espírito, ás vezes artista, ás vezes bandido...

Alexandre Lucas – Como ocorreram seus primeiros contatos com a arte?

Edelson Diniz - Foi com um irmão meu, ele desenhava quando eu era criança, só que nunca se dedicou, seguiu outro rumo. Dai me senti a vontade pra me apropriar do talento dele e aliar ao que eu ainda hoje tento fazer.


Alexandre Lucas – Quais as suas influências artísticas?

Edelson Diniz - Eu diria que tudo pode me influenciar, não existe um cardápio de influências no meu processo de criação e construção. Notoriamente pode se perceber certa apropriação de traços, cores e formas do nosso folclore e da religiosidade popular, acho que é o mais evidente na maioria dos meus trabalhos.

Alexandre Lucas - Fale da sua trajetória:

Edelson Diniz – Despontei nos Salões de Outubro em Crato, nos anos 80, participei ativamente dos Movimentos OCA – Officinas de Cultura e Artes, Movimento Xá de Flor. Depois fui funcionário da Secretaria de Cultura de Juazeiro por quase 15 anos, foi de lá onde surgiu muita influência, uma vez que eu desenvolvia um trabalho com os grupos folclóricos. Hoje, produzo e tento sobreviver na medida das possibilidades do meu trabalho.

Alexandre Lucas - Como você caracteriza o seu trabalho?

Edelson Diniz - Múltiplo

Alexandre Lucas - Como você ver a relação entre arte e política?

Edelson Diniz - Não vejo relação prática entre política e cultura, a cultura oficial inviabiliza muitas vezes a produção e criação artística, vejo um certo excesso de teoria.

Alexandre Lucas - Qual a contribuição social do seu trabalho?

Edelson Diniz - Não sei se contribuo socialmente com meu trabalho, minha única meta, é encher os olhos de quem aprecia o que faço e mostro. Pode ser que influencie de alguma forma em alguém, mas não existe uma preocupação de focar uma contribuição.

Alexandre Lucas – Como você ver a produção das artes visuais na Região Metropolitana do Cariri?

Edelson Diniz - A qualidade é boa, temos grandes artistas, a produção poderia ser melhor, se houvesse mais incentivos, uma política pública prática, que sugerisse infraestrutura para qualificar e difundir o que se faz por aqui.

Alexandre Lucas – O Salão de Outubro fez história na região do Cariri. Fale sobre o significado desse movimento para as artes no Cariri.

Edelson Diniz - Significou muito na época em que acontecia, o formato era abrangente, o acesso era fácil, e a receptividade era a melhor, diria que é o alicerce de todos os movimentos que hoje existem aqui no Crato hoje em dia. Quem está à frente desses novos movimentos, passaram pelo Salão de Outubro.

Alexandre Lucas – Quais os seus próximos trabalhos?


Edelson Diniz - Pretendo fazer uma sugestão de um  projeto para iluminar e ornamentar a cidade do Crato no próximo final de ano, sugiro que sejam criados critérios para avaliação de projetos, tipo ver o lado técnico, pesquisa de arte etc, . Fica sugestão.

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