por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Filme, filmão, filmaço - José Nilton Mariano Saraiva

Em pleno verdor da juventude, exalando competência por todos os poros, Alain Delon, Jean-Paul Belmondo, Charles Boyer, Claude Dauphin, Kirk Douglas, Glenn Ford, Anthony Perkins, Simone Signoret e Orson Welles (sim, atuando) dentre outros, participam desse verdadeiro épico do cinema “Paris está em chamas ???” (em preto e branco), ambientado naquela capital.
Trata-se da real e pungente história da incrível resistência de um punhado de bravos franceses, numa Paris já ocupada pelos alemães, ao final da Segunda Grande Guerra Mundial, só que com um detalhe assustador: antevendo uma possível derrota, porquanto os aliados marchavam célere rumo à cidade, Hitler houvera incumbido pessoalmente um dos homens de sua irrestrita confiança, o austero general Dietrich Von Cholitz, lá já estabelecido, a “tocar fogo em Paris, na cidade inteira”, se houvesse perigo de capitulação.
E aí se destaca o papel do “ator” Orson Welles que, na condição de cônsul da Suécia na Alemanha, serve de “ponte” entre o general alemão e o comando da resistência; assim, paulatinamente, como não quer nada querendo, o cônsul começa a “catequisar” o general sobre a “desnecessidade” de por abaixo monumentos históricos como o museu do Louvre, a Igreja de Notre Dame e outros e, enfim, por qual razão acabar com uma cidade tão bela como Paris.
Aparentemente insensível aos apelos do cônsul sueco e às belezas da cidade, o general alemão leva adiante o plano macabro, através da instalação de bombas de alto poder destrutivo em pontes, viadutos e prédios históricos, só que uma recomendação ditada e repetida à exaustão: só poderão ser acionadas com sua expressa autorização.
O tempo urge e o cônsul sueco continua no seu paciente trabalho de minar, minar e minar as convicções do general alemão, antes que este profira a sentença indesejada e catastrófica; quando, enfim, os aliados adentram a cidade, o austero general capitula e, mostrando uma sensibilidade difícil de encontrar num militar alemão, desiste de atear fogo num monumento igual a Paris, pra desespero do atarantado Hitler.  

São 2 horas e 45 minutos de pura magia (com direito a intervalo) nesse que não é bem um filme, mas um filmão, filmaço Vale a pena conferir, disso não tenham dúvidas (no site da Livraria Cultura, ao preço de R$ 49,90). 

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