Algumas
pessoas são tão boas e influenciam positivamente tanta gente que deveriam ser
fisicamente eternas ou pelo menos ter seu tempo de vida dobrado. Foi o
pensamento que me ocorreu quando tomei conhecimento da morte de D. Ruth
Barreto.
Conheci D.
Ruth depois da dura batalha do exame de admissão, “vestibular” exigido dos
alunos que concluíam o primário (hoje ensino básico) para ingressar no curso
ginasial (atual curso fundamental). Primeira surpresa na aula de
Matemática: o titular era uma mulher, D. Ruth. Na minha mente de 11
anos achava que era assunto para homens, apesar de que o melhor estudante
na matéria, que conheci em todo curso primário, fosse uma menina, Socorro
Moreira. Segunda surpresa: a mestra era “show de bola”, usava método tão
eficiente e didática tão boa que parecia não haver mistério nos números.
Também ensinou História, com a mesma competência da outra cadeira. Acho que não
por coincidência estas eram minhas matérias preferidas.
Certa vez
ela levou um livro de História para a sala. Fiquei interessado pela obra e
passei dias “bolando” uma forma de abordá-la. Queria simplesmente saber o nome,
o autor e onde comprar, pois queria passar as informações para meu pai.
Com poucas palavras ela reduziu minha insegurança a pó, dizendo que ficasse à
vontade, pois era minha prima próxima. Confesso que me achei o máximo sendo
parente de pessoa tão importante.
Ser aluno de
dona Ruth foi significativo para todos aqueles que tiveram o privilégio de
estudar no Colégio São Bosco, em Crato. Para mim foram cinco anos de lições de
civismo, educação, boa convivência, equilíbrio e exemplo, úteis para a vida
toda.
Postado por Joaquim Pinheiro às 16:33
Nenhum comentário:
Postar um comentário