Nas eleições recém-findas (em
Fortaleza), juntos os candidatos Heitor Ferrer/PDT (262365 votos), Moroni
Torgan/DEM (172002 votos) e Renato Roseno/PSOL (148128 votos), totalizaram no
primeiro turno o expressivo montante de 582495 votos. Como não foram ao segundo
turno, tal espólio foi disputado pelos candidatos Elmano de Freitas/PT (318262
votos) e Roberto Cláudio/PSDB (291740 votos), que totalizaram 610002 votos.
Evidentemente, largaria com respeitável
vantagem no segundo turno quem conseguisse o apoio ou a simples indicação
(individual), dos candidatos acima citados (mesmo sem contar com os
representantes dos partidos “nanicos”), daí a gravidade extrema da
“neutralidade” ou “omissão” manifestada pelo Deputado Heitor Ferrer, que
durante mais de sete anos foi o mais cáustico, coerente, costumaz e consistente
crítico do Governador do Estado; e, no entanto, na “hora H”, na hora da “onça
beber água”, na hora de dá o troco ao Governador, Heitor Ferrer estranhamente “bateu-catolé”
(ou pipocou feio), sob a pífia justificativa de que caberia ao partido, e não a
ele, pronunciar-se. No entanto, no entender até dos seus próprios eleitores,
moralmente Heitor Ferrer tinha a obrigação de, para manter sua postura e coerência
do discurso, declinar seu apoio ou indicação ao candidato-rival do
governo.
Fato é que, com a abertura das
urnas emergiu com toda crueza e pujança o profundo “estrago”
provocado pela fatal omissão de um líder na condução do seu rebanho: o
candidato do governo acresceu à sua votação estupendos 358867 votos (ou mais 123,00%)
enquanto o seu opositor recebeu 258083 votos (ou mais 81,09%); na totalização
final, a diferença foi de 74172 votos (650607-576435 votos).
Se nos bairros considerados
“elitizados” e “classe-média alta” (cujos insensíveis moradores não estão nem
aí para a questão “social” e seus desdobramentos) o candidato governista
manteve a supremacia do primeiro turno (Aldeota – 21348 x 9164, Edson Queiroz -
14842 x 8900, Centro - 14821 x 11541, Meireles - 10049 x 4835, Mucuripe - 8109
x 6829, Luciano Cavalcante - 3438 x 2592, Cidade dos Funcionários - 6636 x
3931, Dionísio Torres - 9777 x 4690, Praia de Iracema - 4931 x 2778, Papicu - 5212 x 3386 e Varjota -
6898 x 3839, dentre outros), certamente que nos bairros periféricos os
eleitores do Heitor Ferrer ficaram “à deriva” ou “boiando feito merda n’agua” e
expostos ao assédio implacável de propostas não tão republicanas assim (houve
denúncias de generoso derramamento de dinheiro na periferia, na noite anterior
à realização do pleito, por parte da turma do governo), findando por decidirem
a eleição de modo que nem eles imaginavam.
Lembram daquela velha história de
que “por falta de um grito se perde uma boiada” ???). Pois é.
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