Manhã nublada. Terra seca.
Árvores desfolhadas. Aquele pé de laranja da terra?Agora é pitombeira!
Vento quente. É
domingo no parque solitário.
Procuro os eucaliptos.
Aspiro memória. Paisagem antiga é foto.
Porco espinho, macaco,
arara, jacaré, onça...?
Algazarra infantil, aplausos,
vaias,assobios!
“Chuva traz o meu
benzinho...”
Chuva que se esqueceu
de pingar nesta manhã, dia último do mês de setembro.
È primavera!
As rosas não dizem.
Ando pelas rampas do
S.Francisco, hoje metálicas, marmorizadas, frias... Desde pequena percorro
estes labirintos com sentimentos e passos diferentes.
Curetagens, partos, aneurismas,
apendicite, vesícula... Deus abençoe quem vive por lá, no dia a dia!
Lembro o teto, o frio,
o verde das batas, o rosto de Doutor Eldon, Egberto, o suco de uva com biscoito
de maisena. O caminhar da saída... Aleijadinha!
Agora o anjo tem barba
e se chama Zé Flávio!
Lá fora ainda existem
propostas de vida, disputas políticas, o conforto de ficar em casa... O tédio
do lar!
Quero muito este
silêncio impositivo. A fala é o último sentido que para? Ou o único telepático?
Quero ainda fazer
muitas pontas de lápis, bolinhas de papel incontáveis...
Hoje é domingo. Meu
sorriso está encantado. Estou em contato com a dor humana. Aprendo o que não
sei: cuidar!
Concentro-me. Conselho
do Emersom...
-Eis o caminho da paz!
Novos dias virão. De
qualquer jeito precisamos passar batom para esperá-los!
2 comentários:
Socorro Moreira passeando nas cordoalhas do coração como elas são, foram e sempre serão. Enquanto humano for é assim que no coração circulam as vivências, as memórias como matéria do átimo de vida. Hoje tomamos decisões e enfrentamos manifestos que estarão amanhã, o futuro é expresso do passado de modo que não existem rupturas no tempo histórico, o antes, o agora e o depois se contraem como uma unidade auto-alimentada. Mas existem rupturas históricas de narrativas e de mistura dos elementos que fazem o tempo histórico.
è bom ser compreendida!
Abraço.
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