A gente dos anos 50 não estudara Matemática, baseada na teoria dos conjuntos.
De repente ela foi introduzida, e os professores da cidade precisavam de reciclagem.
Foi um processo sem mestre. “Os mestres” se viraram! Fui um deles. Entendi que
era um exercício de lógica, de uma nova forma. De repente a Matemática valia-se
da linguagem literária para ser traduzida para a linguagem numérica. Quando
isso acontecia, o problema estava resolvido... O resto era apenas cálculo. Por
isso aquela inovação me pareceu descomplicar uma aversão quase natural, que a
classe estudantil sentia pela velha Matemática. Por alguns anos vivi este universo.
Brinquei neste parque, e tentei envolver
a meninada da época, no lúdico estudo. Parecia dar certo, e muito!
Não deveria ter saído do Crato pra morar noutras terras. Não tinha que ser
bancária; não precisava desaprender lógica para experimentar o ilógico. Caí
numa disciplina rigorosa de vida. ”Sofri, mas mesmo assim eu fui feliz”.
Vez por outra, agora um tanto menos, esbarro com três ou quatro gerações
que foram meus alunos. A maioria já de cabelos brancos... Incrível!
Fui professora aos 16 anos, e sou aluna desaplicada aos 61 anos.
Queria da vida apenas aprender a ser menos resistente, menos
desacelerada, mais suave... Mais doce e poética!
Foi por uma inversão de desejos que a poesia foi convidada a entrar na
minha vida.
Hoje já não quero samba, violão vadio, argolas douradas... Já nem posso
viver de guloseimas... Qualidade de vida implica na serenidade dos anseios.
Alguns rezam compulsivamente (alguns até ignorantemente). Outros brigam
por poder associado ao dinheiro ( aquele bichinho que compra o exagero).Existem
outros, que fazem arte.Admiro-os! Arte engajada...
Mais admirável ainda!
Meus respeitos a todos que sabem viver, e nos ensinam!
Aprendo com vocês, mesmo com repetências sucessivas dos velhos e
recalcitrantes erros.
Enquanto existir vida, estamos aqui para crescer.
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