Sob o insonoro firmamento,
as luzes confrontam o sono,
contorção de sonhos acanhados
na música do relógio.
Rompe-se o silêncio com arranhões,
perfura-se a carne das horas
com nota única, o que passa
e já não é, senão sombras misturadas
à noite, na avenida lá embaixo.
O céu menor que a solidão.
O frio veste o corpo,
faz-se luvas nas mãos inábeis
em tecer encantos, galopar
a suavidade das teclas.
Mãos alheias à vibração
de cordas que alcançam
o coração
em melancólicos acordes.
Barulho de mar não tem aqui.
Um choro amargo de novo
em suas moradas? Não sabemos.
Seres cativos dessa noite,
cercados, sem brecha,
aguardamos a manhã saltar
sem clamores, nem temor
Um comentário:
Beleza, Chagas!
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