E já começou afirmando, “Você não sabe amar meu bem”, que ela não sabia conjugar o verbo amar. Nem conjugar e nem dominar o conceito: “Não sabe o que é o amor”.
E eles sabiam, Dorival Caymmi, Carlos Guinle e Hugo Lima, não apenas o conceito como tudo aquilo que se desdobra nos tempos, modos e pessoas do verbo amar. Não apenas singrar os mares do verbo, seja com seus símbolos e metáforas. Eles, quem sabe sentados na pérgula do Copacabana Palace, um violão, frases soltas e notas arrumando as idéias. Ou, talvez, no piano do bar, entre um copo e outro de uma boa bebida no entardecer da cidade.
A verdade é que eles sentiam que ela não sabia amar pois “Nunca sofreu, nunca viveu” e tão jovem diante de tantos anos vividos “E quer saber mais que eu”.
E neste abismo de tempo de sofrer e viver, já havia uma senha para o desfecho: "O nosso amor parou aqui. E foi melhor assim. Eu esperava e você também. Que fosse esse o seu fim."
O amor, de sofrer e viver, é, também, o recipiente das coisas boas da vida, é ação e móvel da ação, é conteúdo e recipiente ao mesmo tempo e sendo assim, é um todo indistinto, cuja identificação apenas se dar por sentimentos e nos sentidos do corpo. Tua presença, teu odor, esta distância impreterível a nos separar como o sol à lua.
E quando se explica o que tudo aconteceu eis que "O nosso amor não teve querida, as coisas boas da vida. E foi melhor para você. E bem melhor pra mim. "Claro que mais uma vez a distância da idade entre ela e ele.
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