Sertão de Aço
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(José Marcolino e Luiz Gonzaga )
Lá lá lá rá rá
Se você visse
Como é o meu sertão
Aí você diria
Que eu falo com razão
Lavoura lá
Dá só com o cheiro de chuva
Tem resistência
O milho e o feijão
Com uma chuva
Em cada mês
A coisa aumenta
Que a lavoura lá aguenta
Trinta dias de verão
Trá lá lálá ai...
Tem ano lá
Que o inverno é variado
Lucro e remessa
Num canto e outro não
O sertanejo ainda num desespera
Com coragem ainda espera
Pela safra de algodão
Havendo safra
Nem é bom falar
Meu Deus do céu
E com tanto samba que há
O sertanejo
Esquece logo o tempo ruim
Finca o pé na dança
Sem sentir cansaço
No outro dia
Cuida da obrigação
Digo por esta razão
Que meu sertão é de aço
Ô VÉIO MACHO; 1962; RCA VICTOR
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4 comentários:
As postagens que Marcos Barreto fez hoje, com Luiz Gonzaga em foco, me fizeram ficar cantarolando um monte de xote, baião e toadas. Aí veio a lembrança do xote "Sertão de aço" que gosto muito, tanto da melodia como da letra.
Minha origem rural (Ponta da Serra) e ainda uma vivência intensa ligada à vida na roça, me identificam muito com as músicas que cantam a vida sertaneja das plantações, dos animais, dos invernos, dos forrós nas latadas, das colheitas, enfim todas essas belezuras cantadas por Luiz Gonzaga.
E vamos cantar, e vamos dançar forró!
Stella,
Nós tivemos este privilégio de conhecer de perto a vida no campo. Se hoje vivemos na cidade grande, nem por isso deixamos de cultivar nossas lembranças. E ninguém melhor do que o mestre Luiz Gonzaga para nos trasportar de volta ao nosso saudoso torrão. Eu também gosto muito deste disco. Aliás, foi neste vinil gravado no ano de 1962 que Gonzagão nos apresentou o poeta paraibano Zé Marcolino, um de seus grandes parceiros apesar de um tanto esquecido. Neste disco, seis das doze músicas gravadas são composições do poeta de Sumé.
Forte abraço.
Escutando a conversa de vocês com o maior prazer!
Abraços
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