A primeira música do baile
inquietava os nossos passos
Uma vozinha interior nos dizia:
Não posso olhar ,nem estimular ...
Menina direita não se mexe na cadeira
A indocilidade nos levava à toilete
Pra retocar o batom , disciplinar o coração
E o moço tímido , o par nunca desejado
é quem pagava o pato:
Estou cansada , não sei dançar ...
Na pior das hipóteses
um bolero lhe concedíamos
De nuca tencionada ...
Face a a face , nem pensar !
O outro - o desejado
distante era acompanhado.. .
sempre embevecido ,
no brilho de outro olhar.
A última canção
era o sufixo da esperança
Outro dia , outra dança ...
Em casa , leite de rosas na cara
E o sono da própria ilusão.
Canções em tons baixinhos
serenatas pras vizinhas
alguém se punha a cantar
Nunca mais vivi tamanha magia
O farfalhar das sedas
a sensualidade , no meu vestido vermelho
Minha morenice , meu jeito intimidado
de negar o que eu sentia
Por todos os sonhos ...
Cadê aquele baile , aquela valsa ,
aquele sonho ?
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