“Assim, tive uma ingrata surpresa, ao perceber que neste processo, estavam avançando em um projeto de continuísmo, com fortes interferências familiares. Nos últimos tempos, nunca fui consultado sobre uma eventual candidatura, seja em reuniões, pesquisas, consultas ou qualquer outro critério. Nunca fui convidado para qualquer discussão sobre essa escolha. Ultimamente, procurei pacientemente o diálogo, mais obtive o silêncio como resposta.” (Raimundo Bezerra Filho)
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Pois é, depois de se servirem por oito anos da “fidelidade canina” do próprio, não mais que de repente, sem dó nem piedade, e de forma desrespeitosa, humilhante e vexatória, o atual mandatário da cidade do Crato, familiares e amigos mostraram ao ex-aliado e ex-fiel colaborador, Raimundo Bezerra Filho (atual vice-prefeito), que, em termos de sucessão municipal, seu nome jamais esteve cotado para vôos mais altos, que não havia interesse em dar-lhe o aval para “sentar no trono”, que era “carta fora do baralho” e, enfim que o poder era privativo, familiar, espécie de “capitania-hereditária” tupiniquim. E o modus operandi para viabilizar tal projeto consistiu basicamente em isolá-lo de qualquer conversa, diálogo ou reunião, mesmo e apesar de terem sido procurados para tal mister.
Assim, antes de configurar lamento ou decepção de quem se achava merecedor e foi irremediavelmente preterido (ou rifado), as palavras do Raimundo Bezerra Filho nos remetem à crua e hipócrita realidade vigente na arena política, onde prevalecem as “conveniências” (primeiro os meus, depois os teus), o apetite desmesurado pelo poder (e tudo que ele representa) e o “jogo sujo” (onde do pescoço pra baixo é tudo canela), mesmo que de alguém que, guindado ao trono ancorado numa suposta “tradição familiar”, ao longo de dois mandatos jamais demonstrou qualquer vocação para gerir a coisa pública - e o estado deplorável, caótico, falimentar e de abandono do município está aí para comprovar). Se alguém duvida é só ir lá constatar, “in loco”.
Isto posto, passar como um rolo compressor por cima de um antigo fiel colaborador parece nada representar para os integrantes do atual grupo dominante, contanto que a perpetuação no poder se materialize ou o “....CONTINUÍSMO, COM FORTES INTERFERÊNCIAS FAMILIARES” seja mantido.
No tocante ao Raimundo Bezerra Filho, depois de ter “...O SILÊNCIO COMO RESPOSTA” (e de ter a coragem – antes tarde do que nunca - de denunciar tal manobra), até por uma questão moral só lhe resta se lançar (ou apoiar) candidato de oposição ao ex-chefe, familiares e seu grupo de áulicos (afinal, reza o velho ditado que... “a ingratidão apaga a afeição”). Ou não ???
E a população do Crato, já não estaria na hora de experimentar algo novo, acordar desse marasmo que já dura décadas ???
Ô povo desprovido de massa crítica !!!
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