Uma terra muda tanto
que já é de não pertencer mais.
Mudam as ruas que passam
no meio do peito.
Os becos que cruzam a palma da mão
desbotam-se,
perdem os sulcos das águas da chuva,
silêncio.
Fogem na esquina da primeira rua
os restos de pão seco que
um velho, ao comê-los, se esquece
de engolir as lágrimas do menino que viu.
Outro come pão com açúcar
no almoço,
numa casa em construção ao lado
da casa da avó do menino ali,
ambas formando um enclave
nas costas, subindo até a garganta,
de onde se vê: não há sinal das portas.
E os jardins são um intrincado
de horas corroendo a memória.
Nenhum comentário:
Postar um comentário