por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Mundo de sonhos - Emerson Monteiro

Nos mistérios da Natureza, os sonhos ocupam lugar privilegiado. Tal qual pensamentos independem da pura vontade dos que pensam, sonhos se apresentam na medida do sono e ninguém escapa dos encaminhamentos instigantes que formam noites a fora. Há estudos mil quanto aos sonhos. Na Ciência, busca persistente aprofunda respostas a isto, desde o passado remoto, e ainda permanece presa ao campo nebuloso das cogitações, circulando o tema de olhos atentos, porém precisando de maiores esclarecimentos que a todos convençam. Admirável esse universo sempre novo dos sonhos.

A propósito, lembro de história que, um dia, ouvi de certo antropólogo americano, não lhe recordo o nome, que viajava pelas tribos da Amazônia e entrevistara velho pajé a respeito dos sonhos. Na entrevista, perguntou ao indígena do poder que as pessoas possuem de entrarem nos sonhos das outras.

Sem titubear, o feiticeiro respondeu que sim, as pessoas podem entrar nos sonhos das outras pessoas, acrescentando em seguida que iria demonstrar, na prática, ao pesquisador, o que estava afirmando naquele momento. Que entraria em um dos seus sonhos para provar o que dissera.

Depois de o professor seguir a outros locais de estudos, retornou à região alguns meses transcorridos desde então. Ali, de novo, se avistou com o pajé da entrevista. Nessa hora, o próprio selvagem foi quem tomou a iniciativa de lembrar o mesmo assunto dos sonhos, e perguntou:

- O senhor recorda de um sonho que outro dia teve, e que nele apareceu uma onça pintada em movimento dentro da floresta?

Após concentrar o pensamento, confirmou o antropólogo aquele sonho que, com clareza, vivenciara no intervalo de tempo após haver encontrado o pajé pela primeira vez.

- Pois aquela onça era eu – assim e naturalmente retribuiu o índio antigo.

Observo, contudo, a margem infinita dos conhecimentos em adquirir, nas jornadas da experiência, o domínio de si sob os mistérios que, a todo o momento, surgem nas portas da transformação, espaço do crescimento individual comum e fértil.

E concluo indagando aquilo mesmo que quis saber do índio o estudioso americano:

- É possível a uma pessoa entrar nos sonhos das outras pessoas?

3 comentários:

Ângela Lôbo disse...

Acredito que é possível, desde que se sonhe acordado. Abraço, Emerson, tudo de bom!!!

socorro moreira disse...

Acho possível,dormindo ou acordado.

Emerson Monteiro disse...

Sim, Ângela, Nisso a gente chega a estudar o conceito de acordado e dormindo, outra caminhada e novas indagações. Abraço amigo.

Bom dia, Socorro. Saúde, Paz.