Esse moço, de quem falo,
ven travestido nos traços
que traço a nankim,
nas tontas notas que toco,
nos tortos versos que faço...
Esse moço, de quem falas,
eu encontro nos becos por onde passo
no silêncio das casas desabitadas...
nas cordas tangidas, nas notas levadas ao vento...
Na madeira que corto, buscando a forma, desnutrida de perfeição.
Nas invenções inventadas para cruzar a vida... esta longa jornada
tão curta e doída.
Nas cartas seladas, lidas e relidas, em silente saudade...
Não sei onde anda esse moço,
talvez aqui ao meu lado agora...
talvez agora a seu lado sorrindo...
Esse moço, de quem o Tempo nos privou,
Restam umas fotos, restam uns dezenhos...
Não há paredes que possam recebê-los...
e como dói!
por João Nicodemos
por João Nicodemos
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