Ontem à tarde, tive uma experiência que não me lembro ter tido outras vezes na vida. Plantei uma árvore. Eu sempre ouvi dizer que toda a criatura para ser considerada realizada, necessita de ter um filho, escrever um livro e plantar uma árvore.
Sou pai de 4 filhas (meus tesouros), escrevi dois livros (sem nenhuma aspiração de altos vôos literários). Faltava plantar a árvore. Foi um momento importante para mim. Estava pensando nisso, hoje pela manhã. Vai daí comecei a filosofar....
Construí uma história, a meu modo, embora um tanto quanto incompleta. Na minha vida, apesar de ser pouco sociável, ... timido mesmo, consegui criar fortes laços afetivos, como o que mantenho com você, Sauska querida. Pelo menos penso que é.
No meu momento atual, gosto mais de viver o dia-a-dia, das coisas mais simples, de ver, sentir (sem me obrigar a entender tudo).
Jacques Lacan, mestre psicanalítico, dizia que a vida se passa em três níveis: o real, o simbólico e o imaginário. O real é o mundo da natureza, dos instintos e dos desejos irracionais. "O real é impossível", dizia Lacan.
Para sobreviver e evoluir, o homem sublimou, reprimiu seus instintos e criou o mundo simbólico, da cultura e da civilização. É o mundo em que vivemos a maior parte do tempo. "Tudo é símbolo. Serei também um símbolo?" (Fernando Pessoa)
Mas não dá para viver todo o tempo simbolizando e representando. É muito chato. Precisamos sonhar. Aí os homens, principalmente os artistas, criaram o mundo imaginário. Os artistas embelezaram o mundo.
Numa avaliação meio pobre, sinto que vivo a maior parte do tempo no mundo simbólico, racional, prático, porém gosto mesmo é do mundo imaginário, analógico, subjetivo, do mistério. Quanto mais envelheço, mais me refugio nesse outro mundo, sem perder a razão e a praticidade.
Eurípedes Reis
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