Mesmo sem atender à convocação, transitei o caminho duro das dúvidas entre a real natureza do ambiente e a ambiência de uma real necessidade. Afinal, mesmo não gostando da redução da real natureza do ambiente a um intento associado e dependente, me dei conta da real necessidade de manter a ambiência. Como uma formiga de asas e um cupim por evolução e transformação.
A formiga de asas se fez símbolo da liberdade. Saiu do sólido piso e ganhou os ares. Tudo mais rápido, elevado, acima da digestão da uma vida no tubo alimentar do predador. Por sobre a língua elástica do sapo, num voo errático, que se atrai com a luz e cai no solo como aparição num repente onde não existia.
A formiga de asas, então as perde e imprevidente se toma de uma cegueira ainda insuficiente que se perca. A formiga de asas se transforma num cupim ávido por celulose. Atravessa barreiras de alvenaria, forma túneis extensos numa ramificação de oportunidade e rói toda a celulose que se interponha na sua progressão.
O cupim derruba a arquitetura das estruturas de madeiras, tudo pelo que perdeu do seu voo de liberdade. Agora ele é intento sem freios de tornar pó aquele lenho rendilhado ou concêntrico que um dia um olhar se pôs. A liberdade de destruir o quê para si é apenas alimento.
Por José do Vale Feitosa
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