1. Tempo escuro
Para que a poesia
neste tempo da banalidade?
Para que a poesia
neste tempo da forma rara
em lugar do homem?
Cegos e surdos,
entanto cantamos.
Somente a tocha da poesia
ilumina este tempo escuro.
2. O cadáver da poesia
Vesti o cadáver da poesia
com as mais belas roupas que encontrei.
Vesti o cadáver da poesia
com as roupas de um operário.
Deixei nu o cadáver da poesia:
não deixou de ser o cadáver
deste tempo negro.
(Gregório Vaz)
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Gregório Vaz teve um surto criativo este ano. Parei de escrever como eu mesmo, até o dia do meu aniversário, quando fiz quatro poemas luminosos. Não era dia para o pessimismo de Gregório Vaz. Depois tentei equilibrar a forma - G. Vaz é desleixado - mas tanto a forma como o fundo saíram escuros. Talvez seja mesmo este tempo escuro em que vivemos. Talvez eu não esteja nos meus melhores dias.
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Um comentário:
A poesia é alimento.
Pra que a poesia?
Sem palavras !
Obrigada por nos acordar, Brandão!
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